A África do Sul foi o país escolhido por João Lourenço para fazer a sua primeira visita de Estado depois de ter sido empossado como Chefe de Estado e, agora que aquele país mudou de Presidente, com a substituição de Jacob Zuma por Cyril Ramaphosa, já há convites mútuos para deslocações aos respectivos países.

Quando em Novembro o Presidente angolano esteve três dias na África do Sul, foi clara a justicação para a escolha daquele país como destino da sua primeira visita ocial, o reforço do relacionamento bilateral, através de uma parceria estratégica sólida.

Agora, para não deixar esmorecer esse ímpeto, João Lourenço e o novo Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, estiveram à conversa por telefone, onde ficou claro, segundo um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, que a troca de liderança na África do Sul não esmoreceu a vontade de fortalecer os laços que unem os dois países.

Em Novembro, João Lourenço manifestou em Pretória o “desejo” de que a sua visita de Estado fosse “um primeiro passo para conferir um carácter estratégico ao relacionamento entre a África do Sul e Angola“.

Para além de felicitar o seu nono homólogo sul-africano, João Lourenço, ainda segundo a nota do MIREX, convidou Cyril Ramaphosa a visitar Angola, que foi imediatamente aceite, ao mesmo tempo que o Presidente sul-africano convidava Lourenço a uma nova deslocação àquele que é o país mais austral de África, e que apresenta os melhores índices de desenvolvimento económico do continente, também aceite no momento.

Face a isto, aponta o MIREX, os canais diplomáticos foram accionados e as agendas estão já a ser discutidas para que esta conversa telefónica seja repetida olhos nos olhos, em Luanda, primeiro, porque João Lourenço esteve recentemente na África do Sul, e depois em Pretória.

Esta conversa entre Lourenço e Ramaphosa ocorreu no Domingo, três dias depois da mudança de Presidente naÁfrica do Sul.

Supressão de vistos

Uma das decisões mais importantes tomada durante a visita de João Lourenço à África do Sul, em Novembro, foi a de suprimir reciprocamente a necessidade de vistos, e o avanço claro de Angola na frente económica onde a diplomacia nacional se empenhou em atrair empresários sul-africanos para investirem no mercado angolano.

Num encontro alargado entre empresários dos dois países, o Presidente angolano enfatizou a importância de olhar para a experiência sul-africana e com ela aprender.

Angola deve aprender com a África do Sul o processo de transformação de uma economia paralela e informal para uma economia onde as empresas são devidamente auditadas e cotadas em bolsa, proporcionando assim maiores ganhos e maior transparência na gestão da coisa pública“, afirmou o Presidente angolano.

No entanto, face à diferença entre as capacidades dos sectores produtivos das duas economias, apesar de a supressão reciproca de vistos ter sido o momento de maior destaque desta visita de Estado do Presidente a angolano à África do Sul, João Lourenço abriu ainda a porta a avanços noutras áreas, como as questões de integração regional no âmbito da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).

Sempre enfatizando a necessidade de os passos nesta área serem dados de forma gradual, João Lourenço foi claro ao defender que compete aos dois países liderar a criação de novas dinâmicas.

Angola e a África do Sul “devem assumir, na SADC, a liderança, serem os motores da nova dinâmica que se pretende imprimir na cooperação na África Austral”, enfatizou Lourenço.

JLO defende a parceria estratégica como pano de fundo para aquele que os dois países querem que seja um novo impulso no já longo relacionamento bilateral, desde 1994 de forma oficial, com a queda final do regime racista do apartheid.

Embora as relações entre angolanos e sul africanos começara antes disso mas ao nível dos dois partidos que actualmente governam em Luanda e em Pretória, o MPLA e o ANC (Congresso Nacional Africano).

A esse propósito, Lourenço vai querer, agora com Cyril Ramaphosa no poder, dar continuidade à ideia expressa na África do Sul de que quer imprimir uma nova dinâmica entre os dois Estados porque daí pode depender “o desenvolvimento sustentado dos dois países e também de toda a sub-região (SADC) e mesmo do continente africano no seu todo.