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Angola tem 5 milhões de desempregados, número que poderá subir até 2027

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Angola tem cerca de 5 milhões de desempregados, enquanto a população que trabalha sobrevive maioritariamente de biscates. A este ritmo de crescimento económico muito próximo do crescimento populacional a economia não gera empregos suficientes e em 2027 serão 6 milhões de desempregados.

A um ritmo de crescimento económico ligeiramente acima do crescimento populacional projectado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) até 2027, o desemprego em Angola deverá subir dos actuais 30,1% para 33,4%, alerta o Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica.

Este é um de três cenários que constam no estudo “Cenários de crescimento da economia angolana até 2030 e Impactos sobre o emprego”, que deverá ser apresentado ainda este mês, de acordo com o director do CEIC, Alves da Rocha.

O crescimento económico previsto pelo FMI para Angola varia entre os 3,4% em 2023, crescendo ano após ano até atingir os 3,9% em 2027, ficando longe da média de 8,4% de crescimento no período 2004/2013, que se traduziu numa “mini-idade de ouro do crescimento económico com uma taxa média anual de variação real do PIB de 11,5%”, e que “pode ser irrepetível nas condições actuais e próximas em que prevalecem engulhos à diversificação da economia”.

Além das taxas de crescimento até 2027, este primeiro cenário considera também um crescimento da produtividade em média anual ligeiramente acima dos 2,4%.

“A insuficiência do crescimento económico (taxa anual de 3,6%), preservando-se alguns ganhos de produtividade, responde por um aumento da taxa de desemprego em 3 pontos percentuais, situando-se em 33,4% no final de 2027″, refere o relatório, apontando a uma população activa nessa altura na ordem dos 18,1 milhões de pessoas, contra os 16,5 milhões verificados em 2022.

Contas feitas, o número de desempregados cresceria de quase 5 milhões para 6 milhões. As restantes pessoas em idade activa arranjarão emprego, mas a tendência será a de entrarem no mercado informal de emprego, que em Angola ronda os 80%.

Já um segundo cenário aponta a uma descida na taxa de desemprego para 18,0% em 2027, mas para isso seria necessário a economia crescer a uma média anual de 8,0%. Neste cenário quase impossível de concretizar a taxa de desemprego até poderia baixar para 11,5%, mas para isso seria necessário, além do crescimento anual de 8,5% do PIB até 2027, sacrificar “os ganhos de produtividade pelos dividendos do emprego”.

“Claro que se está perante um cenário desafiante desafiador e irrealizável num período de cinco anos. Por isso, tem de se trabalhar arduamente na revolução da educação, nas reformas dos ambientes de negócios  extraordinariamente inquinados de corrupção, ausência de transparência, excesso de burocracia – e na alteração da estrutura do mercado de trabalho, tornando-o menos insensível à influência das alterações de eficiência da força de trabalho”, sublinha o estudo do CEIC.

Um terceiro cenário adopta as taxas de crescimento expostas no Relatório de Fundamentação do OGE de 2023, “para o qual se esfumam os ganhos de emprego admitidos nos cenários com taxas de crescimento do PIB mais elevadas e robustas”. Neste cenário, a taxa de desemprego cairia dos actuais 30,0% para 25,8%, ainda assim “níveis elevados”. O CEIC refere que o desemprego representa um “tremendo desperdício económico”, medido pela perda de capacidade de crescimento actual e futuro.

“O problema do desemprego é dos mais candentes de qualquer economia, que quando se alia à pobreza e a crescimentos económicos fracos ou recessivos, desencadeia fenómenos de exclusão social politicamente perigosos, sendo por isso curial questionarmo-nos como é que uma economia em recessão consegue criar empregos”, que tem sido o caso de Angola se forem considerados os dados do INE, refere o documento.

Assim, trata-se de cenários nada positivos, já que o facto de a economia crescer a um ritmo ligeiramente acima do crescimento da população significa que a economia não está a conseguir criar emprego necessário para acolher a população que entra em idade activa (nem a que já está em situação prolongada de desemprego) num país onde os biscates (ou emprego informal, conforme cataloga o INE) continuam a ser o ganha-pão de 80% das pessoas que trabalham.

Há que ter em conta “que cerca de 3/4 da população tem menos de 2 dólares por dia” para viver “As desigualdades sociais continuam a dominar a realidade nacional, em diversas vertentes.

Admite-se que à medida que o tempo for passando, tornar-se-á cada vez mais difícil garantir um estatuto de igualdade de oportunidades e de convergência de níveis de vida a todos os cidadãos, tal como consagra a Constituição. Nas deslocações às várias periferias da cidade de Luanda constatam-se condições de vida degradantes, sendo a mais frustrante a aparente falta de esperança de as reverter no curto prazo. 

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O Site Correio Digital tem como fim a produção e recolha de conteúdos sobre Angola em grande medida e em parte sobre o mundo para veiculação. O projecto foi fundado em 2006.

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