A cerimónia teve lugar na pequena localidade de Lopitanga, ontem, 01.05, que passou a fazer parte da história de Angola, onde a cerca de 15 mil simpatizantes testemunharam o funeral.
E, segundo a UNITA, foi possível ainda assistir ao acto através dos vários ecrãs gigantes dispersos pelo local nos quais puderam ver a descida à terra da urna com os restos mortais de Savimbi, morto em combate em Fevereiro de 2002, facto que esteve na origem do m dos 27 anos de guerra civil em Angola.
A cerimónia decorreu no necessariamente ampliado cemitério local, onde jazem também os corpos dos pais de Savimbi.
Com o “memorial” ao centro, coberto por um toldo, ladeado por um espaço devidamente “arejado” onde se sentaram as mais de três dezenas de familiares do fundador da UNITA, toda a direcção do “partido do galo negro” e quase uma centena de convidados angolanos e estrangeiros, entre eles o deputado socialista João Soares e o jornalista Xavier de Figueiredo.
Fora do perímetro onde estavam também as várias equipas de jornalistas angolanos e estrangeiros, destacavam-se as representantes da Liga das Mulheres Angolanas (LIMA, afecta à UNITA), cujo coro de mais de meio milhar de vozes quebrou o silêncio até então reinante.
A urna, que chegou sexta-feira à tarde a Lopitanga, 30 quilómetros a oeste do Andulo, no norte da província do Bié, e esteve durante toda a noite e parte da manhã a ser alvo de vigília das milhares de pessoas que ali passaram, até que foi transportada, num carro funerário, para o local da sepultura, onde chegou cerca das 11:15 locais (mesma hora em Portugal).
Ao som de marchas fúnebres, a urna foi depositada no “memorial” por seis dos mais de 30 lhos e lhas de Savimbi, num acto que foi seguido com emoção pelos presentes.
Sob “um sol fresco” do cacimbo, a cerimónia começou, então, com o secretário para as Relações Externas do “galo negro”, e também seu porta-voz, Alcides Sakala, a proceder à leitura de uma extensa nota de dados biográficos.
Alcides destacou a vida e obra do que considera ser o “pai” e o “guia e mestre”. Sakala lembrou a criação da UNITA, formada a 13 de Março de 1966 por dissidentes da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA, de Holden Roberto).
E deu igualmente destaque ao então Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), de que Jonas Savimbi era ministro das Relações Exteriores, na província do Moxico, interior do país, até à data da morte, a 22 de Fevereiro de 2002.
Numa declaração da UNITA, lida pelo secretário-geral do partido, Marcolino Nhani, o “partido do galo negro” destacou a cerimónia de exéquias fúnebres, 17 anos após a morte, como uma “oportunidade ímpar para divulgar ao mundo o pensamento político” de Savimbi, que lutou por causas em nome de um povo e de um país.
“Dezassete anos depois, a UNITA cumpre o imperativo moral de divulgar os feitos de Jonas Savimbi, que têm mérito suciente para gurar na galeria dos eleitos da História mundial da segunda metade do século XX”, sublinhou Nhani.
CD/NJ