A província de Luanda passará a contar, até ao final do ano, com um serviço especial de transporte colectivo urbano, para atender os passageiros durante a noite e madrugada, assegurou o director provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade da capital do país, Filipe Cumandala.
Este serviço, no quadro das melhorias do tráfego e mobilidade da capital do país, será assegurado pelas nove empresas que operam em Luanda e vai funcionar das 22 horas às 6 horas da manhã.
Em entrevista à ANGOP, o director disse que o objectivo principal passa por estender os horários de funcionamento dos autocarros e facilitar os cidadãos/passageiros aflitos ou com necessidade de circular nesse período sensível.
Segundo o responsável, cada operadora vai disponibilizar um autocarro para este período, dentro do mesmo território (as rotas da carreira normal) a si adjudicada, por força a licença adquirida.
Tecnicamente, explica o director, os autocarros vão obedecer a um trajecto que os levará para junto das universidades, hospitais, unidades policiais, terminais de passageiros, dentre outras instituições a fins, num tempo de espera não superior uma hora.
Para o efeito, o Governo Provincial de Luanda (GPL), as operadoras e a Polícia Nacional, estão a trabalhar para a criação das melhores condições técnicas e de segurança para o arranque das operações.
Por exemplo, um dos grandes constrangimentos apresentado pelas operadoras prende-se a questões ligadas à segurança nas paragens, ao longo da viagem e a iluminação pública. “Não há uma data precisa, mas as operações vão ter o seu início assim que as condições estiverem criadas, todavia, os dados indicam para este ano”, asseverou.
Questionado sobre a problemática dos transportes colectivos urbanos de Luanda, que resultam em enchentes, longas filas, excessivo tempo de espera e do excesso de lotação, o director considerou que a resolução do problema não se resolve apenas com o aumento da frota de autocarros.
Na visão do gestor, cerca de 92% dos angolanos, (27 milhões de habitantes), todos os dias se servem do sistema de transportes nacional. Esta projecção, explica o responsável, indica que existe uma grande procura dos transportes urbanos e suburbanos para o transporte de pessoas e bens pelo país e logo urge a necessidade de se melhorar as vias secundárias e terciárias.
Por isso, diz o responsável, o Executivo angolano tem apostado em comboios DMU (Unidade de Motor a Diesel), catamarãs e na construção do metrô de superfície, uma vez que Luanda conta com mais de 10 milhões de habitantes. A título de exemplo, a composição de uma DMU (com cinco carruagens) transporta, numa viagem mais de 700 passageiros, o que corresponde a mais de 20 táxis (Hiace quadradinho) e cerca de 12 autocarros standers.
De igual modo, concorrem para a melhoria da mobilidade urbana na capital, a segurança e iluminação públicas, número e qualidade das paragens, bem como o alargamento das rotas para o interior dos municípios, assim como o aumento da frota de autocarros. De acordo com o director provincial dos Transportes, Tráfego e Mobilidade da capital de Luanda, Filipe Cumandala, a capital é servida com nove operadoras e actuam nos nove municípios de Luanda, numa promoção do Ministério dos Transportes.
Por razões técnicas, adianta o responsável, diariamente a capital é servida apenas por 400 autocarros, dos 572 disponíveis, transportando em média, cinco mil passageiros diariamente, por operadora. Este facto ocorre porque esses autocarros ainda são novos e estão em tempo de garantia e quando vão para as manutenções periódicas, nas concessionárias, demoram em média três a seis meses, retirando-os de circulação.
Por outro lado, é preciso apostar nas infra-estruturas, como as vias primárias, secundárias e terciárias, no sentido de disponibilizar os meios no interior das localidades e atender melhor os passageiros. Igualmente, apontou, precisa-se escalonar os horários dos autocarros, o espaço entre a partida e o ponto de destino, fixando-se uma velocidade comercial e uma faixa de rodagem exclusiva para os autocarros.
Sobre as longas filas e enchentes que se verificam nas paragens, o director entende que resultam, em parte, da organização dos passageiros, em filas, que se verifica actualmente nas paragens, bem como da devido à migração de muitos dos táxis para os autocarros, visando a redução de custos.
“Actualmente há mais organização nas paragens, criando longas filas, facto que transmite a ilusão de fortes enchentes nas paragens, pois, antigamente, era uma luta braçal para se entrar nos autocarros. Hoje esse cenário ficou para trás”, ilustrou o responsável.
Relativamente às paragens, em breve o Governo da Província de Luanda vai começar a construir e melhorar os abrigos de passageiros (paragens).
ANGOP