Comemoram-se hoje 42 anos desde a proclamação da Independência Nacional. Este ano a data decorre sob o lema “Unidos por uma Angola democrática una e indivisível”.
Divisa que visa a reflexão sobre os “enormes sacrifícios” consentidos pelo povo, na conquista do bem maior da Nação, a independência.
As celebrações do Dia da Independência Nacional decorrem em todo o território nacional, nas missões diplomáticas e consulares de Angola.
Matala, município situado a 180 quilómetros a leste da cidade Lubango, está engalanada para acolher o acto central dos festejos da independência, que será presidido pelo Presidente da República, João Lourenço.
Após à chegada às terras da Chela, o Presidente realizou um intenso trabalho de campo.
A cerimónia irá decorrer no Bairro Cahulu, da Matala, e vai ter a presença de um grande número de pessoas da Matala e oriundas dos 14 municípios da província da Huíla, bem como das proximidades do Cuando Cubango e Cunene.
Acto central na Matala
Antes de presidir ao acto central, João Lourenço vai observar a capacidade e criatividade dos produtores locais na Feira Agro-pecuária e Cultural, assim como os passos dados para o cultivo de arroz à escala industrial num dos espaços do Perímetro Irrigado da Matala, incluindo os silos de armazenamento e conservação de cereais.
O cultivo de arroz figura como a nova aposta dos produtores que exploram o potencial do Perímetro Irrigado da Matala. Trata-se de uma iniciativa que envolve as autoridades locais, em parceria com uma empresa chinesa que tem técnicos experientes em lidar com a irrigação por inundação.
A lavoura de arroz, com a participação de empresas chinesas, ocupa uma área inicial de 514 hectares, sendo animadoras as primeiras colheitas. Para o efeito, foram introduzidas tecnologias de ponta com o propósito de melhorar o aproveitamento hídrico do perímetro.
Captação de água
Com o propósito de reforçar a capacidade de abastecimento dos tanques distribuidores de água potável para distribuir a dezenas de moradias das zonas rurais e urbanas da cidade do Lubango, o Chefe de Estado inaugurou ontem a estação de captação de água instalada na localidade do Calumué.
O projecto, a ser executado num período de dois anos, vai contemplar acima de 20 mil famílias com 4.600 ligações domiciliares.
A perspectiva das acções em curso é de fazer com que a água potável esteja cada vez mais acessível à população e reduza ao máximo as doenças pelo consumo de água imprópria.
Orçada em mais de 572,6 milhões de kwanzas, a nova captação possui seis furos de água subterrânea equipados com acessórios modernos, cinco albergues com meios electrónicos de bombas submersívas, uma casa de comando central do sistema electromecânico, geradores para alternância de corrente eléctrica e outros.
Foram ainda instalados 4.625 metros de conduta adutora, 1.360 metros de linha de média tensão interligada à rede pública com dois PTs aéreos.
O primeiro reservatório da captação foi requalificado, de modo a evitar o desperdício de água.
Antes da inauguração da estação de captação de água do Lubango, o Presidente da República foi informado sobre a situação do fornecimento de água potável à cidade do Lubango, tendo o director de Energia e Águas da Huíla, Abel João da Costa, explicado que estão em curso várias acções para abranger mais consumidores, com realce para aqueles que residem nos municípios ciclicamente afectados pela estiagem.
Abel João da Costa reconheceu que apesar das grandes intervenções que a cidade conhece, a cidade do Lubango exige mais projectos para beneficiar toda a população.
“O Ministério da Energia e Águas concebeu várias acções estruturantes no âmbito de novas captações de água, respectivas adutoras, construção de reservatórios, instalação de condutas de distribuição e centenas de contadores”, disse
.
À sua chegada ao local, a caravana presidencial passou por um grupo de crianças e jovens que exibiam dísticos a clamar por mais água para o bairro: “Presidente do povo queremos água no nosso bairro”, lia-se.
Nova maternidade
Antes da inauguração da estação de captação de água, o Presidente da República visitou a nova maternidade e o hospital pediátrico Pioneiro Zeca, onde recebeu explicações sobre o andamento e conclusão das obras. A maternidade tem capacidade para 258 camas e conta com cinco blocos. Os dois blocos principais contemplam consultas externas e outras áreas.
O rés-do-chão está reservado para o internamento e conta com 21 salas com seis camas em cada uma delas. Nos outros blocos, vão funcionar os serviços de urgência, bloco operatório e a área neo-natal com as respectivas incubadoras.
No primeiro contrato com a empreiteira, a obra esteve avaliada em 13 milhões de dólares. Com o novo ajustamento passou para 24 milhões de dólares.
Já no hospital pediátrico Pioneiro Zeca, do Lubango, o Presidente da República, que se fez acompanhar de vários membros do Executivo, foi igualmente informado do andamento das obras da referida unidade.
O hospital, a ser apetrechado com meios sofisticados, vai atender casos de gastro enterologia e miscelânea, cuja área de internamento possui 42 camas.
Para os serviços de nutrição e de infecto-contagioso o espaço de acomodação dos pacientes conta com 36 camas. Já a unidade de cirurgia conta com 15 camas, e as obras são concluídas dentro de 18 meses, de acordo com as garantias do empreiteiro.
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, considerou os dois projectos relevantes para a população do Lubango e não só, por se confrontar neste momento com a carência de serviços qualificados de maternidade e pediatria. Explicou que a empreiteira deve corrigir os aspectos ligados ao dimensionamento.
“O prazo da entrega das obras é de 18 meses, mas há necessidade de reavaliar o projecto, para que a sua conclusão seja feita de forma segura”, disse, acrescentando que os grupos técnicos dos ministérios da Saúde, Obras Públicas, Energia e Águas, e dos Bombeiros, e os empreiteiros devem reavaliar o projecto para que se prossiga de forma segura.
O Presidente João Lourenço constatou, igualmente, o curso das obras do projecto integrado da cidade do Lubango, orçadas em mais de 200 milhões de dólares, que comporta a requalificação e abertura de novos acessos no casco urbano e suburbano.
No troço da estrada Santa-bairro João de Almeida, as obras estão avançadas de acordo com o previsto, onde foram já construídas uma ponte e a via está a ser calcetada com cubos de granito, material local e de longa durabilidade.
Actividades decorrem no país e no estrangeiro
As comemorações do Dia 11 de Novembro pretendem promover uma reflexão sobre os “enormes sacrifícios” consentidos pelo povo, na conquista do bem maior da Nação, a Independência Nacional. Durante as actividades vão ser destacados os povos, partidos e governos que nos longos e difíceis anos da luta de libertação se solidarizaram com a causa nacional e apoiaram, de forma directa e concreta, o nascimento e consolidação do Estado soberano, livre e independente.
No memorando sobre as comemorações do 11 de Novembro, o Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado recorda que a Independência de que o país usufrui hoje resultou do esforço desmedido de heróis angolanos, eternizados nos principais símbolos da República, que pese embora a disparidade de meios e da brutalidade da acção repressiva colonial, entregaram-se de corpo e alma à luta pela liberdade.
A luta dos heróis não cessou com o alcance da Independência. De acordo com o documento, estendeu-se por vários anos nos campos de batalha, em defesa da integridade territorial e da soberania nacional, nas fábricas, gabinetes, campos agrícolas e nas escolas.
Com o alcance da paz, refere o memorando, a luta continua sem armas na mão e os angolanos ontem desavindos trabalham juntos em prol do desenvolvimento, procurando, cada um no seu nível, realizar os ideias dos que se bateram pela Independência Nacional.
Para o Ministério da Administração do Território e Reforma do Estado, a união dos angolanos, de todos os quadrantes, deve ser um signo das celebrações do 42º aniversário da independência nacional, num momento de particular importância para a História de Angola e sob a direcção do novo Governo, saído das quartas eleições gerais, cuja missão é salvaguardar as conquistas nacionais em vários campos, usar a experiência e a estabilidade política como ferramenta para o desenvolvimento.
A estabilidade é a ferramenta principal para o alcance dos anseios de todos os angolanos, da edificação de um Estado democrático e de direito forte e moderno.
JA