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Luanda regista a maior subida generalizada de preços

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O custo de vida na capital do País aumentou 42,8% em Junho deste ano face ao mesmo mês de 2023, tratando-se do valor mais alto desde 2004. Preços continuam a subir onde mais “dói”: transportes, saúde, vestuário e calçado, e alimentação e bebidas não alcóolicas. Falta de oferta pressiona preços.

A inflação homóloga na capital do País em Junho subiu 1,2 pontos percentuais face a Maio para 42,8%, tratando-se do maior valor registado em Luanda desde Junho de 2004, quando atingiu os 44,2%, altura em que a inflação estava numa fase descendente após o período da guerra civil, de acordo com cálculos do Expansão com base no relatório sobre o Índice de Preços no Consumidor do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Isto significa que o custo de vida na capital aumentou 42,8% em Junho deste ano face ao mesmo mês de 2023.

É , medida pela variação do índice de preços no consumidor num determinado mês do ano face ao mesmo mês do ano anterior. Em termos homólogos, a inflação em Luanda cresceu 31,5 pontos percentuais em apenas um ano, passando de 11,4% para os actuais 42,8%.

Só desde o início do ano, os preços na capital já subiram 20,4%, naquele que é o valor mais alto em termos acumulados num primeiro semestre desde 2016, ano em que a inflação em Luanda atingiu os 42,0% e em termos nacionais foi de 41,1%.

O comportamento dos preços ao longo do ano não surpreende ninguém já que a taxa de inflação tem sido afectada por medidas potencialmente geradoras de aumentos de preços, como a entrada em vigor da nova pauta aduaneira e o aumento do preço do gasóleo, na sequência da redução dos subsídios decidida pelo Governo. 

Com um kwanza mais desvalorizado era expectável uma queda nas importações. No primeiro semestre deste ano, de acordo com contas do Expansão com base em dados da AGT, o País comprou 6.813 milhões USD em mercadorias lá fora, o que compara com os 8.075 milhões USD em mercadorias importadas no mesmo período do ano passado. Contas feitas, há uma queda de 16% nas importações, equivalente a menos 1.262 milhões USD.

Num país que importa uma parte importante do que consome, a taxa de câmbio tem um papel muito relevante na inflação, já que o facto de se terem importado menos mercadorias acaba por pressionar os preços, cumprindo a velha máxima da lei de mercado: menos oferta e mais procura empurra os preços para cima. 

Para o investigador económico Fernandes Wanda, é muito claro que Angola não conseguiu superar o desafio de transformar a sua economia nas últimas duas décadas, e por isso continua tão dependente das importações hoje como no final da guerra em 2002, isto apesar dos vários programas de fomento da produção nacional operados no País desde então.

Fernandes Wanda acrescenta: “O Executivo tem sido incapaz de executar uma política séria de fomento da produção nacional, se por um lado devemos celebrar as pequenas conquistas, tal como vimos a semana passada no Bié, por outro lado, na situação em que Angola se encontra, a governação precisa de reconhecer que serão precisos muito mais “Vinevalas” para se alavancar a produção de alimentos, coisa que só se consegue com o fomento da liberdade económica“.

EXPANSÃO

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