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PRODESI longe dos objectivos abre caminho a créditos congoleses

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Os números do PRODESI são muito curtos já que a produção nacional está ainda muito longe de cumprir o objectivo de aumentar a oferta ao ponto de baixar as importações. Além de projectos agrícolas que passam por grandes dificuldades para escoar os seus produtos no mercado nacional, o programa financiou fábricas, muitas delas dependentes de importações.

Cinco anos depois do lançamento do Programa de Diversificação da Economia e Substituição das Importações (PRODESI), empresários e especialistas do sector produtivo afirmam que este mecanismo criado para impulsionar a produção nacional está longe de cumprir os objectivos para os quais foi criado, já que os produtores não conseguem escoar os seus produtos no mercado nacional e encontraram alternativas lucrativas nos mercados transfronteiriços como o Congo.

Só assim alguns estão a conseguir pagar os créditos concedidos pela banca no âmbito do Aviso 10 do BNA para financiamento ao PRODESI. Hoje, o Congo acaba por comprar a produção dos maiores produtores e acaba também por financiar e comprar a produção aos mais pequenos.

Muitos acreditam que algo mudou em relação ao conceito de produção no País, já que é hoje notório um aumento da produção nacional, sobretudo ao nível da indústria transformadora, mas admitem que o País perdeu uma grande oportunidade para potenciar os operadores do sector primário, de forma a fornecerem a indústria, que continua altamente dependente da importação de matérias-primas e de bens intermédios.

É uma realidade que se vive no mercado angolano, onde os bancos deixaram de acreditar nos empresários devido ao fraco retorno dos financiamentos já realizados. “O risco é cada vez maior com os financiamentos ao sector produtivo. Os níveis de retorno dos financiamentos são muito baixos e os bancos recusam-se a conceder crédito”, disse um bancário ao Expansão.

Esta recusa da banca comercial, segundo fontes do Expansão, abriu caminho para a informalidade do crédito e a entrada, no País, de “credores” (comerciantes) congoleses cujo objectivo é mais do que evidente: chegar aos produtores nacionais com limitações financeiras e com dificuldades de contrair financiamentos na banca comercial angolana.

“Muita produção nacional é vendida ainda antes da colheita e os créditos dos congoleses muitas vezes são pagos pela produção, sobretudo de cereais, como o feijão e o milho”, admite uma fonte do Expansão.

O engenheiro agrónomo Fernando Pacheco diz que o fenómeno da entrada e saída de “credores” (comerciantes) congoleses em Angola não é novo e reconhece que esta forma de financiamento ao sector produtivo nacional tem ajudado muitos produtores angolanos, na ausência dos apoios da banca comercial que exige garantias reais.

Expansão

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