De recessão em recessão, a economia angolana não tem sido capacidade para criar emprego para fazer face ao forte crescimento populacional. A esperança média de vida está a baixar há dois anos, quebrando uma tendência de subida desde o fim da guerra civil.
A pontuação de Angola no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 2021/2022 medido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento caiu pelo terceiro ano consecutivo, apesar de o país manter o lugar 148 em 191 países alcançado em 2020.
De acordo com o relatório que mede o desenvolvimento humano em 191 países, a esperança média de vida dos angolanos tem vindo a cair desde 2019, em média cada angolano vive 61 anos.
Entretanto, as causas são várias com a principal a incidir no facto de a população estar a crescer a uma média de 3% ao ano, ao mesmo tempo que o País enfrentou cinco recessões económicas consecutivas iniciadas em 2016 e apenas ultrapassadas em 2021, onde a economia não tem tido capacidade para criar empregos para fazer face ao forte crescimento populacional.
Para o investigador Fernandes Wanda, o novo Governo está obrigado “a melhorar a qualidade da despesa pública. Sabendo que as empresas e cidadãos pagam impostos, o Executivo via tributação poderá ter mais recursos para investir no sector social, contribuindo assim para a melhoria da qualidade de vida das populações”.
E acrescenta que é necessário um crescimento económico robusto, sustentando pela via da produção, de forma a garantir a melhoria de vida da população que tem estado a perder poder de compra, devido a inflação que faz com que quase 60% dos gastos das famílias angolanas seja hoje em alimentação.
“A esperança de vida está associada à qualidade de vida das pessoas, que depende maioritariamente dos rendimentos”, rematou.
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