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9 de julho, morre Vinícius de Moraes, o poeta de muitas artes

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Hoje recorda-se o grande Vinícius de Moraes, diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compositor brasileiro, que morreu no Rio de Janeiro, Brasil, a 9 de julho de 1980. Tom Jobim chamava-lhe “o poetinha”, mas a obra de Vinícius não se conta com diminutivos.

Vinícius graduou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, em 1933, mas ao longo da sua vida académica estabeleceu amizade com diversas personalidades que o incentivaram a investir, sobretudo, na reconhecida vocação literária.

Vinícius de Moraes nasceu no Rio de Janeiro, a 19 de outubro de 1913, filho de um poeta e violinista amador. Herdou a arte do pai e dedicou-se a um estilo essencialmente lírico, bem evidente nos sonetos que criou.

Estudou num colégio de padres jesuítas, em cujo coro cantava, criando também algumas peças de teatro. Trabalhou no Ministério da Educação e da Saúde e dedicou-se ao cinema, até que conquistou uma bolsa e estuda Língua e Literatura inglesas, na Universidade de Oxford.

Em 1941, regressa ao Brasil e exerce funções no jornal ‘A Manhã’, como crítico da sétima arte. Mais tarde, foi vice-cônsul em Los Angeles, mas a morte do pai, em 1950, precipita o regresso, de novo, ao seu país.

O teatro e a literatura, aliados a uma carreira musical sem par – ao lado de Tom Jobim –, catapultaram o nome de Vinícius de Moraes para a elite das artes, no Brasil e no mundo.

Abandonaria a carreira diplomática em 1968, de modo compulsivo, devido aos seus hábitos boémios. Vinícius de Moraes estava em Portugal, com Chico Buarque, quando é expulso por acto institucional (viria a ser alvo de uma amnistia, em 1998, já depois da sua morte).

Era conhecido como “poetinha”, apelido atribuído por Tom Jobim, de modo carinhoso. A arte foi o seu porto, numa vida de feliz tormenta. Vinícius de Moraes era um boémio inveterado, apreciador de um bom uísque. Ganhou a fama de ser um conquistador, facto atestado por um único número: nove casamentos.

Na madrugada de 9 de julho de 1980, Vinícius de Moraes sentiu-se indisposto, na sua casa, na Gávea. Morreria um dia depois de, ao lado de Toquinho, ter definido os derradeiros detalhes do volume 2 de ‘Arca de Noé’.

Em 1981, este álbum é lançado.

“Bem, estou um pouco saturado de shows, excursões, música. Vou terminar esses dois livros de poesia e procurar viver minha vida dentro de uma felicidade possível. Se você me perguntar se sou um homem feliz, eu vou dizer que não sou. Não sou porque não sei ser feliz dentro de uma sociedade tão injusta como a nossa. Esse é um problema que me afeta diretamente, me afeta não só como homem de esquerda, mas também como homem, simplesmente, como um ser humano. Então, esse ônus eu vou carregar pelo resto de minha vida, não há saída, porque não tenho a menor esperança de ver as coisas se normalizarem e se equilibrarem ainda no meu tempo.”

Extracto de uma das últimas entrevistas que o poeta e compositor concedeu. E de facto morreu alguns meses depois de ter concedido a entrevista ao jornalista brasileiro Narceu de Almeida Filho, em 1979. Lê aqui a entrevista completa.

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