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ACREP vende totalidade da participação no Bloco 2/05

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A Somoil e parceiros vão dividir a participação da ACREP que está de saída do bloco para ir às compras noutros blocos em produção. O bloco 2/05 só tem empresas angolanas, que fizeram a produção crescer de 2.500 barris para mais de 20.000 barris/dia em três anos.

A petrolífera angolana ACREP está a vender a sua participação de 12,5% no Bloco 2/05 aos parceiros do bloco, que decidiram exercer o direito de preferência. A quota da empresa vai ser distribuída por rateio, sendo que cada um dos restantes sócios ficará com uma percentagem destes 12,5% igual à participação que detêm na totalidade do capital.

Ou seja, a Somoil, na qualidade de parceiro maioritário do Bloco 2/05, vai ficar com uma fatia maior. Em termos práticos vai acrescentar mais 6% à participação de 30% que já tinha, a Falcon Oil de António Mosquito fica com mais 4% e a Prodoil de Pedro Godinho ficará com os restantes 2,5%.

Todos os parceiros manifestaram interesse, mas a Kotoil, que entre os sócios se destaca Lopo do Nascimento e a Poliedro, que conta com Roberto de Almeida, Maria Mambo Café e o general Sanjar (ambos falecidos), embora tenham manifestado interesse, não vão exercer o direito de preferência por não terem mobilizado os recursos financeiros dentro do prazo previsto.

É a primeira vez na história da produção petrolífera angolana que todos os parceiros de um bloco decidem, ao mesmo tempo, exercer o direito de preferência quando um dos parceiros procura sair de um consórcio.

Depois da venda da participação da ACREP, as participações no Bloco 2/05 vão ficar assim divididas: Somoil (operador) vai passar a ter 36%, a Falcon Oil 24%, Prodoil 15%, Kotoil e Poliedro ficam com 12,5% cada uma.

Caso de sucesso

O aumento da produção do bloco em 43%, para 22.000 barris de petróleo/dia na sequência de vários investimentos realizados pelo grupo empreiteiro, também serve de incentivo para que tal aconteça, já que os parceiros do bloco estão a vender mais carregamentos de petróleo. A ACREP, no ano passado, vendeu 5 carregamentos.

Antes os membros do grupo empreiteiro tinham que esperar entre 3 a 8 meses para encher um petroleiro e efectuar um carregamento. No ano passado já só eram necessários, em média, 2 meses para encher um petroleiro. Cada parceiro do bloco está a vender o petróleo a que tem direito individualmente, beneficiando do aumento das receitas provenientes do aumento da produção, mas também da alta do preço do barril nos mercados internacionais.

Na origem da venda da participação, segundo apurou o Expansão, estão os planos da petrolífera em adquirir participações noutros blocos já em produção. “Estamos a vender a nossa participação porque vamos às compras noutro sítio, já em produção, num negócio que oportunamente vamos anunciar no nosso website”, revelou o CEO da ACREP, Carlos Amaral.

O acordo de compra e venda foi assinado no final de 2022. Mas o negócio ainda carece de validação das autoridades (ANPG, Autoridade da Concorrência) e só depois poderá ser publicado o decreto que oficializa a saída da ACREP do “bloco das angolanas” e o reforço da participação dos seus parceiros no Bloco 2/05.

No caso da ANPG, na qualidade de concessionária, tem direito de preferência e tem um prazo para o fazer. Segundo a ACREP, ainda está dentro do tempo para o fazer.

Recorde-se que a ACREP está há mais de 1 ano e 3 meses a aguardar pelo desfecho do processo de compra da participação de 55% e dos direitos de exploração dos argentinos da PlusPetrol no Bloco Cabinda Sul onshore, numa operação que vai transformar a petrolífera angolana na terceira empresa nacional a operar blocos petrolíferos.

A ACREP, para a aquisição da referida participação, já adiantou 825 mil USD (em Fevereiro de 2022), estando neste momento a aguardar pela publicação do decreto que formaliza a compra para concluir o negócio, avança o auditor do relatório e contas de 2022.

Expansão

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