O Ministro angolano dos Transportes, Ricardo Viegas D´Abreu, fez saber, através da sua página de perfil na rede social profissional Linkedin, que celebrou, ontem, 24, em Nova Iorque, EUA, acordos de concessão para financimento do Corredor do Lobito.
“O Corredor do Lobito vai, finalmente, “fechar” o círculo e estabelecer a ligação entre o oceano Atlântico e o Índico” escreveu o ministro revelando algum entusiasmo.
Ricardo de Abreu explicou que o acto de assinatura dos acordos de concessão envolveu o Ministro dos Transportes da República da Zâmbia, Frank Tayali, e o CEO da emprensa Africa Finance Corporation, Samaila Zubairu.
Portanto, os acordos consubstanciam-se na concessão para o financiamento, construção, propriedade e operação do projecto ferroviário de transformação, que vai estabelecer a ligação entre Angola e a Zâmbia e operacionalizar o Corredor do Lobito no seu todo.
Este projecto prevê a construção de uma linha ferroviária inteiramente nova, de aproximadamente 800 km, para ligar o caminho de ferro de Benguela, em Luacano, Angola, à já existente linha ferroviária da Zâmbia, em Chingola.
A Africa Finance Corporation é a promotora líder do projecto ferroviário da República da Zâmbia – Angola (Lobito), em colaboração com o Governo dos Estados Unidos, a União Europeia, o Banco Africano de Desenvolvimento, e os governos de Angola, da República Democrática do Congo e da Zâmbia.
Dentre os grandes benefícios, prevê-se que a nova linha férrea a construir no âmbito dos acordos agora assinados crie benefícios económicos de aproximadamente 3 mil milhões de dólares para ambos os países, reduza as emissões atmosféricas em cerca de 300.000 toneladas por ano, e crie mais de 1.250 postos de trabalho durante a sua construção e as operações.
Ante as explicações do ministro angolano, as reações não se fizeram por esperar. A PCA da empresa angolana de lubricantes, Wayne Angola, Rita de Cássia Rocha, escreveu no seu comentário que “o Corredor do Lobito é vital para a economia angolana, facilitando o transporte de mercadorias entre Angola, RDC e Zâmbia.”
Rita de Cássia Rocha frisou que o Corredor do Lobito vai melhorar a exportação de minérios, diversificar a economia, além do petróleo, e vai criar empregos nas províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico. Além disso, promove o desenvolvimento agrícola e comercial, fortalecendo as trocas comerciais intra-africanas e contribuindo para a coesão económica e social do país.
Pela importância do Corredor do Lobito, o governo da República de Angola está focalizar várias iniciativas naquela região, onde se destaca o Projecto DIVERSIFICA MAIS, liderado pelo Ministério do Planeamento (MINPLAN).
A iniciativa visa aumentar o investimento privado e o crescimento das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME) em cadeias de valor não petrolíferas, com particular foco no Corredor do Lobito.
O Projecto Diversifica Mais conta com um orçamento de 300 milhões de dólares através de um acordo celebrado entre o governo angolano e o Banco Mundia. Portanto, o projecto tem um horizonte de execução de 2024 a 2029, pretende promover a diversificação económica de forma sustentável e geograficamente equilibrada, além de criar mais empregos no sector privado.