Os governos africanos e europeus estão reunidos a partir de hoje na Costa do Marfim para mais uma Cimeira África-União Europeia e em cima da mesa, como um dos temas em destaque para discussão, está a questão das migrações.
Milhões de africanos que partem todos os anos para a Europa clandestinamente, acabando muitos a ser vendidos como escravos na Líbia, envergonhando o mundo em pleno século XXI. Angola movimenta-se para exigir soluções.
O presidente da Associação Mãos Livres lamentou o silêncio das autoridades angolanas face à divulgação de notícias, conrmadas num dramático vídeo divulgado pela CNN, do surgimento de mercados na Líbia onde são vendidos cidadãos da África subsaariana para trabalho escravo.
Salvador Freire dos Santos afirma que o Governo angolano tem a obrigação de tomar uma posição de veemente condenação.
O Activista propõe, como explicou ao Novo Jornal Online, a realização de um fórum que integre membros e organizações da sociedade civil e do Governo para definir uma estratégia de acção face a esta realidade que envergonha o mundo mas especialmente o continente africano.
“Lamentamos a atitude das autoridades angolanas que até este momento não reagiram, porque está a ocorrer uma situação, extremamente condenável e que a todos devia envergonhar, de escravatura no norte do continente”, enfatizou.
E apontou ainda o dedo “às instituições vocacionadas para agirem e condenarem que nada fazem como a União Africana, SADC e a CEDEAO”, disse ainda Salvador Freire dos Santos.
“Face à complacência da Europa e das organizações africanas, penso que nós, a sociedade civil angolana, temos que nos mobilizar para que haja um pronunciamento ocial dos governos africanos”, disse.
A primeira organização não-governamental a aceitar a proposta da Associação Mãos Livres foi a OMUNGA que considerou “grave” o que se passa na Líbia.