O Presidente angolano anunciou nesta quarta-feira que o Governo está a “envidar esforços” para o desenvolvimento de um complexo industrial farmacêutico em parceria com Espanha para fornecer o mercado local e países vizinhos.
João Lourenço dirigia-se esta quarta-feira a empresários espanhóis e angolanos num fórum empresarial que decorre no hotel Epic Sana em Luanda, no qual participa também o rei Felipe VI, que cumpria o terceiro e último dia da sua visita oficial a Angola.
O chefe de Estado angolano falou sobre as oportunidades que as empresas espanholas, com alto grau de internacionalização, oferecem para facilitar a penetração noutros mercado e contribuir para a dinamização e diversificação das exportações angolanas.
Focou-se em particular no setor agroalimentar, “um dos mais fortes da economia espanhola”, cujos produtos angolanos gozam de grande aceitação internacional e encorajou parcerias na indústria agroalimentar e farmacêutico.
“Vamos envidar esforços para construção de um complexo industrial farmacêutico em Angola com potencial para servir o mercado local e países vizinhos, com a qualidade reconhecida dos produtos espanhóis”, frisou.
João Lourenço abordou também as oportunidades noutros setores como as pescas, o comércio, o turismo, energia e água, construção ou telecomunicações e apresentou as possibilidades do programa de privatizações no âmbito do qual já foram alienados mais de 90 ativos.
Discursando perante os cerca de 40 responsáveis de empresas espanholas convidadas, o Presidente angolano disse que o programa “deve continuar a ser executado com mecanismos que asseguram a sua lisura e transparência”, apelando aos investidores espanhóis que considerem estes ativos.
“O nosso Governo manifesta disponibilidade de aprofundar as relações económicas e empresariais entre os nossos dois países”, reforçou, sugerindo trabalhar em conjunto para assegurar financiamento e linhas de crédito para apoiar as exportações, internacionalização de empresas e a expansão de negócios em Angola.
João Lourenço apontou a cooperação mutuamente vantajosa que tem mantido com Espanha e sublinhou o objetivo de ter em Angola uma sociedade justa e equitativa assente em igualdade para todos os cidadãos e com realce para o desenvolvimento humano que garanta o crescimento sustentado da economia.
Neste processo, destacou, Angola tem contado com financiamento da banca espanhola e linhas de crédito que permitiram financiar importantes infraestruturas nomadamente hospitais, centros de investigação em pescas, projetos de eletrificação e abastecimento de água, construção de aeroportos e universidades ou aeronaves para vigilância da costa marítima.
O chefe de Estado notou ainda que apesar das crises que tem afetado a economia mundial, as comunidades empresariais têm demonstrado resiliência e criatividade e mostram-se empenhadas na recuperação do crescimento das economias.
Realçou que Angola recomeçou uma trajetória de crescimento em 2021, que não deve ser interrompida e por isso, tem dado “passos importantes para criar um clima favorável ao investimento privado”, do qual a confiança é um elemento fundamental.
“Temos estado a trabalhar para restaurar a confiança dos agentes económicos, por isso estamos a aprofundar as bases do Estado democrático e de direito e a consolidar a economia de mercado, promovendo o surgimento de um setor privado forte e competitivo que seja motor de crescimento de Angola”, disse o líder angolano, sublinhando ainda o sucesso do programa de estabilidade macroeconómico.
NJ