Os diplomas emitidos pelos estabelecimentos de ensino superior angolanos já vão conter o selo de certificação do Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos do Ensino Superior (INAAREES) de forma a diminuir a burocracia a que os estudantes estão sujeitos para verem validados os seus “canudos”.

A letargia do INAAREES neste processo era doentia…

Esta alteração, que vai diminuir muito a burocracia, que se traduz, entre outras dificuldades, pela obrigatoriedade de os estudantes terem de ir às instalações do INAAREES buscar o certificado – onde ocorrem filas enormes e horas perdidas – depois de terem recebido os diplomas das suas escolas, vai estar materializada já a partir do próximo ano.

Outra vantagem é que os estudantes oriundos das restantes províncias do país deixam de ter de se deslocar a Luanda – o único local onde até agora este certicado é emitido – para obterem o documento do INAAREES, poupando dinheiro e horas de viagem que, por vezes, fica por realizar por falta de meios das famílias. 

“A partir de Agosto, deste ano, vamos implementar um sistema tecnológico para permitir que os utentes recebam os seus diplomas já homologados na cerimónia de outorga nas suas instituições”, disse aos jornalistas Jesus Tomé, director-geral do INAAREES, durante uma conferência de imprensa, realizada no final-de semana, para esclarecer as causas da enchente que se regista nos últimos dias naquela instituição pública adstrita ao Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Jesus Tomé assegurou que esta solução obrigará à reorganização interna das instituições do ensino superior para receberem os processos dos alunos e encaminhá-los ao INAAREES, que, assim, pretende evitar a deslocação de licenciados à sua sede em busca da homologação dos diplomas.

De acordo com o responsável do INAAREES, neste momento a sua instituição está a trabalhar com a entidade que irá fornecer o software para que o processo seja ecaz e implementado de forma célere.

De recordar que o INAAREES registou, nos últimos dias, grandes ajuntamentos de utentes, nunca antes vistos, devido à demora na resolução dos pedidos e na entrega de documentos.

Centenas de estudantes ficaram furiosos e aborrecidos pelo facto de a instituição não prestar serviços céleres, nem informar o público das causas da demora no atendimento dos pedidos.

A instituição, que funciona na centralidade do Kilamba há mais de um ano, tem uma única representação nacional na capital do País e só abre ao público três dias por semana, nomeadamente às segundas, terças e quartas-feiras, sendo que quintas e sextas-feiras são dias reservados para trabalhos internos.

Nos últimos três meses foram abertos concursos públicos no País para o acesso à função pública, sendo um dos requisitos exigidos aos candidatos o reconhecimento e a homologação dos certicados de habilitações ou diplomas, situação que levou a comparência massiva de vários utentes naquela instituição.

Importa salientar que a lei de Base do Sistema de Educação e Ensino estabelece que todos os diplomas e certicados emitidos, quer por universidades públicas quer privadas, sejam reconhecidos pelo INAAREES.

A instituição tem apenas oito técnicos para verificar mais de quatro centenas de certicados de habilitações diariamente.

NJ