O único projecto de gás natural liquefeito (GNL) de Angola, o Angola LNG, cancelou recentemente vendas de carregamentos para Abril devido a problemas de produção na sua fábrica, disseram fontes comerciais à Reuters.
A empresa cancelou dois leilões de venda que deveriam ser encerrados em 22 e 27 de Março para carregamentos de Abril devido a problemas na fábrica, disseram as fontes.
“A fábrica experimentou um aumento de pressão na linha de carregamento e actualmente está a operar com taxas reduzidas. As próximas licitações foram retiradas enquanto isso está a ser investigado”, disse o porta-voz da empresa à Reuters.Analistas e fontes de negociação esperavam que levasse pelo menos um mês para retornar à capacidade total.
A fábrica angolana do Soyo, com capacidade para 5,2 milhões de toneladas de GNL por ano, exportou cerca de 7,59 milhões de metros cúbicos (mcm) em 2022, dos quais 4,8 mcm foram para a Europa, segundo o grupo de dados e análises Kpler.
A interrupção ocorre num momento em que a Europa está a viver um inverno excepcionalmente ameno, com altos níveis de stock e procura industrial reduzida. “Angola LNG tem enviado a grande maioria da sua produção para a Europa no ano passado, principalmente para França, Reino Unido, Holanda e Espanha,” disse Leo Kabouche, analista de mercado de GNL na consultora de pesquisa Energy Aspects.
Recentemnete, foi alterado o regime jurídico do projecto Angola LNG para assegurar maior fornecimento de gás ao projecto, permitindo a compra de gás natural não associado que será produzido pelo Novo Consórcio de Gás, lê-se no decreto presidencial n.º 6/22 .
O diploma foi elaborado na sequência das negociações entre a concessionária e o novo consórcio, logo após a Assembleia Nacional ter delegado poderes ao Presidente da República para alterar a legislação sobre a matéria, dando mais incentivos de investimentos no projecto Angola LNG, que será a partir de agora o destinatário de todo o gás natural que vier a ser descoberto em Angola.
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