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Baixa qualidade do combustível limita desenvolvimento do sector automóvel em Angola

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Não tem qualidade o combustível vendido em Angola. Não seria vendido em qualquer país da Europa ou América.

Regulamentação em vigor desde 2014 está desactualizada e não reflecte as normas criadas pela Associação dos Refinadores Africanos (ARA). Refinarias em projecto podem ajudar a resolver o problema, mas ainda não saíram do papel e situação actual atrapalha oferta de viaturas no País.

O combustível utilizado em Angola, segundo a regulamentação em vigor na União Europeia desde 2014, pode ser classificado como Euro3. O topo da escala é a norma Euro6, que está a ser implementada também desde 2014 em várias regiões do mundo, mas que na África Subsariana apenas está prevista em três países (África do Sul, Namíbia e Botswana).

Além da questão ambiental e de saúde pública, esta realidade tem impacto negativo na durabilidade dos motores de combustão modernos e, por isso, também limita a disponibilidade de novos modelos de automóveis nos mercados em inconformidade.

Na prática, a qualidade do combustível disponível em cada país pode promover ou impedir o desenvolvimento do sector automóvel e o investimento directo das principais multinacionais do sector. Também os efeitos ao nível da poluição e da saúde pública (sobretudo no que diz respeito às doenças respiratórias), principalmente nas grandes cidades, não podem ser negligenciados. Em Angola, a maior preocupação está na baixa qualidade do diesel e o País devia, pelo menos, avançar rapidamente para a adopção da norma Euro4.

“Nós construímos automóveis que são comercializados em todo o mundo, e África não é o nosso foco principal. Então, não podemos fazer motores apenas para serem utilizados em determinadas regiões. Para além disso, retornar a essa tecnologia seria simplesmente obsoleto. A má qualidade do combustível tem um impacto negativo brutal nos motores modernos”, explicou Thomas Milz, director comercial do Grupo Volkswagen África do Sul, no dia 20 de Junho, durante uma conversa com jornalistas africanos realizada em Joanesburgo.

Em África, a Associação dos Refinadores Africanos (ARA) tem liderado o desenvolvimento das normas, agora conhecidas como as especificações AFRI, e para isso usou como modelo as decisões tomadas na União Europeia (UE), denominadas “Euro”.

“Alguns países precisam de adoptar, pelo menos, a norma Euro4 para dar novos passos no sector automóvel”, sublinhou Thomas Milz, o gestor alemão destacado na subsidiária do Grupo Volkswagen na África do Sul.

De acordo com o que foi possível apurar, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) reconhece a necessidade de elevar os padrões de regulamentação dos combustíveis no País. Mas não há previsões sobre uma tomada de posição mais concreta. As três refinarias anunciadas publicamente, em Cabinda, Soyo e Lobito, vão produzir refinados com melhor qualidade (se não o fizeram, podem cair em inconformidades com a ARA), mas a data da sua conclusão e entrada em pleno funcionamento ainda é desconhecida.

Também os subsídios públicos aos combustíveis têm algum impacto na qualidade do combustível comercializado em Angola: os refinados de melhor qualidade são naturalmente mais caros, o que significa que o Estado teria de gastar mais para adquirir aqueles produtos, mesmo com o preço da gasolina a 300 Kz/litro.

Resto de África e electrificação

Actualmente, além dos três países africanos já referidos, outros dois mercados têm vindo a liderar o caminho da mudança nos combustíveis: Marrocos (África do Norte) e o Quénia, que já atingiram as normas de emissões Euro4 e têm em vista as normas Euro5/6.

Em Angola, algumas das principais marcas automóveis disponibilizam um catálogo muito inferior ao portfólio disponível. E uma das razões, talvez a principal, é a qualidade do combustível disponível. Para evitar problemas técnicos nos motores e o desgaste da sua imagem, os modelos são escolhidos a dedo, o que dificulta o desenvolvimento de soluções adequadas de logística e mobilidade urbana. Menos disponibilidade também resulta em preços superiores para o consumidor final, com impacto nos custos das empresas e famílias.

Por outro lado, nas últimas duas décadas, a crescente consciencialização sobre o papel que as emissões desempenham na saúde e na degradação ambiental deu origem a um movimento para controlar as emissões poluentes. Esse movimento focou-se em dois aspectos: uso obrigatório de dispositivos na aquisição de veículos novos e com melhor combustão e mudanças nas especificações dos combustíveis dos transportes para reduzir as emissões poluentes.

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