O Banco BIC é a única instituição bancária privada de grande dimensão cuja carteira de crédito representou a maior parcela do activo em 2022, apurou a Economia & Mercado.
Da análise aos balancetes dos quatros maiores bancos do sistema, referente ao último trimestre do ano transacto, que a carteira de crédito deste banco, orçada em pelo menos 603,3 mil milhões Kwanzas, valia 31% do activo.
Ao contrário das outras instituições de grande dimensão (BAI, BFA e ATLANTICO), o investimento em dívida pública, no período em análise, teve um peso de quase 21% sobre o activo, que ficou cifrado em quase 1,9 bilião Kz. Os indicadores colocam o BIC na condição de banco que mais crédito concedeu à economia.
O rácio de transformação de depósitos em crédito no quarto trimestre de 2022 foi de 49%, taxa considerada razoável (por analistas) e vem reforçar a posição dominante do BIC, quanto ao apoio do sector privado. O posicionamento desta sociedade bancária, segundo analistas, deve servir de exemplo.
A carteira de crédito do Banco Angolano de Investimentos (BAI), maior sociedade bancária em activo e depósitos, pelo menos até ao quarto trimestre de 2022, representou quase 12% do activo, enquanto o peso da dívida pública (títulos e valores mobiliários) perto de 41%. De acordo com a crítica, trata-se de uma instituição ‘avessa’ à concessão de crédito à economia.
No período em análise, a taxa do rácio de transformação de depósitos em crédito do BAI foi de 15%, a menor no grupo dos quatro maiores bancos de capital privado, que incluindo o Banco de Poupança e Créditos (BPC), instituição pública, compõem o conjunto das cinco principais sociedades bancárias do sistema, “Big five”.
O Banco de Fomento Angola (BFA) terminou o quarto trimestre de 2022 com a carteira de crédito a valer 15% do activo, quantificado em 2,7 biliões Kz, ao passo que o peso da dívida pública representou quase 39%. A taxa do rácio de transformação de depósitos em crédito foi de aproximadamente 20%.
A quota da dívida pública no activo do Banco Millennium Atlântico (ATLANTICO) pesou perto de 39%, enquanto a carteira de crédito aproximadamente 28%. O rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em quase 33%.
Os dados extraídos da informação financeira dos respectivos bancos indicam que o BAI e BFA, duas maiores instituições bancárias do sistema, foram os que menos crédito concederam à economia no exercício económico passado.
Quanto menor for o rácio de transformação, pouca será a necessidade de financiamento dos bancos porque os empréstimos feitos estão cobertos pelos depósitos, mas segundo especialistas este pressuposto está longe de justificar os indicadores do BAI e BFA.
Economia e Mercado