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Banco Económico divulga contas de 2019 com 3 anos de atraso

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Banco “destapa” contas que revelam que registou o segundo maior prejuízo de sempre da banca nacional, de 531,1 mil milhões Kz. Pior só o BPC em 2020. E ainda faltam as contas de 2020 e 2021.

O relatório e contas do exercício financeiro de 2019 do Banco Económico (BE) só foram tornadas públicas no início desta semana, três anos fora do tempo regulamentar estipulado pelo Banco Nacional de Angola (BNA).

Divulgadas no site da instituição financeira que foi criada das cinzas do extinto BESA, as contas mostram um banco com um resultado líquido negativo de 531,1 mil milhões Kz, naquele que é o segundo pior resultado de sempre de um banco em Angola. Pior, só os 535,9 mil milhões Kz em prejuízos do BPC em 2020.

De negativo não é tudo. Também o capital próprio, que representa o valor líquido do património da instituição, fechou em 490,5 mil milhões Kz negativos, além de inscrever no balanço um nível de crédito malparado de 56%. O relatório e contas não traz a habitual nota ou mensagem do conselho de administração ou da comissão executiva, que em regra explica os principais eventos ao longo do exercício.

Além dos prejuízos, somam-se no relatório um conjunto de seis reservas às contas de 2019 por parte do auditor independente, uma das quais referente a uma operação de redesconto realizada em 2016. Como o BE precisava de liquidez e o Governo não tinha, foi o antigo grupo ENSA, actual INVESTPAR, que ficou com uma carteira de activos tóxicos do banco de mais de 400 mil milhões Kz.

Entretanto, como o banco devia ao BNA e o Grupo ENSA devia ao Económico, fez-se um acerto em que os donos da seguradora pagavam directamente ao banco central. Como nunca pagaram um cêntimo, o banco central reverteu a operação, pelo que a dívida ainda hoje se encontra no balanço da instituição bancária.

O mesmo acontece com os activos tóxicos do banco que estão no balanço do antigo Grupo ENSA, que até tem tentado reverter essa operação mas não conseguiu. Vida difícil para Carlos Duarte, que até há poucos meses tentava esta negociação enquanto PCA da ENSA e do Grupo ENSA e agora como recém-nomeado PCE do banco.

A Avaliação à Qualidade dos Activos feita pelo BNA a “mando” do FMI para avaliar as contas de 2018 dos bancos acabou por “destapar” a verdadeira situação económica do ex-BESA.

Expansão

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