O mundo pode estar a caminhar para o fim do ciclo dourado das commodities. Segundo o Banco Mundial, os preços globais das matérias-primas deverão cair em média 12% em 2025 e mais 5% em 2026, atingindo níveis anteriores à pandemia.
A instituição financeira internacional prevê que o sector energético será o mais afectado, com uma queda estimada de 17% nos preços da energia em 2025, seguida de um novo recuo de 6% no ano seguinte.
O petróleo Brent — referência internacional — deverá rondar os 64 USD por barril em 2025, muito abaixo dos 81 USD registados em 2024, e poderá atingir os 60 USD em 2026.
📉 Principais causas para a queda:
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Crescimento económico global lento e irregular;
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Escalada de tarifas comerciais entre grandes economias;
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Disrupções nas cadeias de abastecimento globais;
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Incerteza geopolítica e conflitos prolongados.
⚠️ Impacto nos países exportadores: um cenário preocupante
Para países em desenvolvimento altamente dependentes da exportação de commodities, como Angola, o cenário coloca pressão adicional sobre as contas públicas e os programas de estabilidade económica.
O Banco Mundial alerta que estamos a viver a maior volatilidade de preços em mais de 50 anos, o que exige reformas estruturais urgentes.
“Dois terços das economias em desenvolvimento dependem directamente das receitas provenientes das exportações de commodities”, sublinha o relatório.
O que propõe o Banco Mundial?
A solução, segundo o Banco, passa por reformas económicas clássicas, incluindo:
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Redução da burocracia e simplificação regulatória;
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Atracção de investimento privado;
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Abertura comercial e integração em cadeias de valor regionais;
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Diversificação das economias nacionais e modernização dos sectores produtivos.
Ouro brilha como refúgio
Nem todas as commodities estão a cair. O ouro deverá atingir um novo recorde histórico em 2025, impulsionado por investidores em busca de segurança em tempos de incerteza económica.
O metal precioso mantém-se como o “porto seguro” preferido dos mercados financeiros, mesmo em contextos de instabilidade.
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