A venda dos primeiros 30 por cento do capital social da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) será efectivada até ao mês de Junho, disse o administrador executivo da instituição, Odair Costa.
De acordo com aquele executivo, o processo da privatização, em curso, é por oferta pública e é dirigido aos membros do mercado, já que “são estes que fazem crescer a Bodiva desde 2014”.
Segundo o programa da privatização, explicou o administrador, os restantes 70 por cento vão à leilão, à venda ou privatização, entre os anos 2023 e 2024, num processo que será aberto a entidades colectivas e individuais.
Em entrevista à Rádio Nacional de Angola (RNA), o gestor disse que decorre o processo para a contratação de um ente assessor financeiro e legal, para auxiliar na tramitação.
Entre outros desafios da Bodiva, Odair Costa fez saber que a grande meta para os próximos dois anos é converter a bolsa numa plataforma de financiamento à economia e, assim, permitir que as empresas possam financiar os seus projectos via acções ou obrigações e, paralelamente, promovê-las, para que os investidores rentabilizem as suas poupanças.
Com essa perspectiva, a Bodiva vai apresentar o mercado de “Reports”, que permitirá aos agentes transaccionarem liquidez entre si, com baixo nível de risco de operação, e aumentarem a confiança, para fomentar a disponibilidade financeira.
Conforme o responsável, no quadro da dinamização do mercado, a Bodiva vai promover a flexibilização das regras de acesso à bolsa, para permitir a admissão das Pequenas e Médias Empresas (PME), coadjuvadas pela nova figura desse processo – o “Sponcer”.
Odair Costa explicou que o “Sponcer”, actuará como um agente intermediário na relação com a Bodiva, que poderão ser os bancos comerciais, seguradoras, sociedades distribuidoras, correctoras ou qualquer outra entidade com capacidade técnica e idoneidade, para ajudar as PME a cumprirem as exigências e regras da bolsa.
Esse instrumento será lançado no Fórum Anual da Bodiva, que acontece em Março próximo.
Sobre o exercício de 2021, houve uma queda de cerca de 17%, passando de 1,18 mil milhões de kwanzas, em 2020, para 976 milhões, em 2021. A quebra, explicou o responsável, deve-se ao facto de cerca de 70% das transacções, até 2020, serem indexadas ao dólar.
JA
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