Está entre os maiores bancos em activos do país tal como está na troca de lideranças. Em 4 anos o BPC já totaliza 4 Conselhos de Administração.
Um indicador factual das fragilidades que há muito enfermam o BPC onde os próprios trabalhadores que, a partida, seriam parte da solução, os últimos acontecimentos os têm revelado como parte dos problemas viscerais desta instituição bancária que há muito clama por boas práticas de governance.
Soube o correio digital que recentemente o actual PCA do BPC teve de varrer da estrutura administrativa altos responsáveis afectos a Direcção de Tecnologias de Informação. Uma das áreas mais cancerígenas deste banco angolano.
O sistema informático do BPC está desfasado das novas tendências da banca e não responde ao paradigma ISO. O que torna os protocolos de segurança frágeis.
Confirmou-se mesmo que a partir da estrutura informática do BPC é possível apagar a dívida de um cliente sem deixar rastos. Fragilidade esta que passou a ser fonte de “rendimento” para alguns funcionários metidos à “chicos-espertos” afectos a Direcção de Tecnologias de Informação.
Aponta-se que empresas que contraíram financiamento do banco a rondarem nos quase 200 milhões de dólares apareceram no sistema com a dívida zerada como se tivessem regularizado o crédito através de uma conta coberta.
António André Lopes, o quarto PCA num período de quatro anos, deliberou pôr termo a comissão de serviço do director da Direcção de Tecnologias de Informação, Mário Nsingui Pedro, e dos três sub directores, Manuel Pires Miala, Pascoal Pedro Fernandes e Isildra Mónica de Carvalho Baguide Francisco.
Estes nomes estão supostamente arrolados neste processo fraudelento que visa eliminar do sistema créditos avultados em troca de dividendos.
Este facto acontece numa altura em que o próprio Executivo já declarou publicamente que já não vai resgatar o BPC de possíveis arrombos financeiros.
“A capacidade do Estado resgatar o Banco de Poupança e Crédito (BPC) atingiu o limite e não haverá esforços adicionais para mobilizar e injectar recursos naquela instituição”, advertia há já alguns meses o ministro das Finanças, Árcher Mangueira.
De recordar que o BPC em 2017 foi responsável pela quebra dos lucros do sector bancário. Neste mesmo ano registou prejuízos que rondavam nos 73 mil milhões de kuanzas. É até ao momento o maior prejuízo na história da banca angolana. Mesmo no ano anterior, o BPC já tivera um prejuízo de 21 mil milhões de kuanzas. Conclusão: No prazo de um ano, 2016 e 2017 as perdas do BPC quase que triplicaram.