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BPC reduz prejuízo em 12%

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O Banco de Poupança e Crédito (BPC) registou um prejuízo de 68,5 mil milhões Kz no primeiro semestre deste ano, de acordo com o balancete do banco público.

Este resultado representa uma redução dos prejuízos em 12% quando comparado com o primeiro semestre do ano passado, cujo resultado líquido negativo ultrapassou os 77,5 mil milhões Kz.

Em 2020 o BPC registou o maior prejuízo da história da banca com 524,9 mil milhões de resultados líquidos negativos, tendo reduzido significativamente para 83,2 mil milhões no final do ano passado.

O gigante público também registou uma redução no activo, saindo de 2,3 biliões Kz no primeiro semestre de 2021 para 1,7 biliões Kz no mesmo período deste ano, o que corresponde a uma redução de 25%.

A carteira de títulos e valores mobiliários reduziu 6,7% para 388,1 mil milhões Kz e representa 41% do activo total.

Quanto à carteira de crédito a clientes, no primeiro semestre do ano passado, o BPC contabilizou 112 mil milhões Kz, já neste ano os créditos aumentaram cerca de 11,2 mil milhões Kz, o que representa crescimento de 11% em termos homólogos. Assim, os créditos representam 6% do total do activo líquido.

Em declarações à Rádio Nacional de Angola, em Julho último, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do BPC, André Lopes, afirmou que entre Abril e Julho, o banco concedeu mais de 70 mil milhões Kz em créditos a particulares.

De acordo com André Lopes, existem muitas dificuldades que inviabilizam o acesso a crédito às empresas, isto porque, por um lado, muitas delas não conseguem apresentar estudos de viabilidade que atendam as necessidades de análise de risco de crédito.

Por outro lado, segundo o PCA, as garantias que muitas empresas têm apresentado “nem sempre são as mais adequadas” e não apresentam uma contabilidade organizada que permitam conhecer a história das empresas.

Entretanto, André Lopes reconheceu que o passado do BPC foi caracterizado por créditos que “nem sempre reuniram as condições em termo de garantias e adequadas”, e por isso está a evidenciar esforços para inverter o quadro.

“Temos estado a trabalhar na normalização dos processos e o grande desafio que temos para estabilizar o banco é a implementação de um novo core bancário. O core bancário actual é bastante antigo e precisa ser substituído. Este desafio tem de concluí-lo no final do próximo ano”, garantiu.

De acordo com o PCA do banco, a partir de 2024, “o BPC será um banco novo”.

“Nota-se agora melhorias no ponto de vista de disponibilidade de serviços, menos interrupções, os serviços de multicaixa a funcionarem normalmente e por isso vencido este desafio, esperamos ter o BPC que todos auguram”, apontou o responsável.

A Recredit, criada em Agosto de 2016 para gerir o malparado do BPC recuperou 37 mil milhões Kz de devedores ao fim de quase seis anos de operação, o que equivale a 13% do valor da carteira adquirida ao banco comercial de 1,24 biliões Kz.

Para 2022, o objectivo é recuperar 26,34 mil milhões Kz. Os vinte (20) maiores devedores, representam 72% da carteira total de crédito, repartidos por diversos sectores de actividade, com especial enfoque para o sector da Construção e do Comércio.

Passivo reduz 26%

À semelhança do activo, o passivo do BPC também diminuiu (cerca de 26,6%), ao passar de 2,2 biliões para 1,65 biliões Kz. Terá influenciado a diminuição do passivo, a queda dos depósitos, que passaram de 1,4 para 1,3 biliões Kz, uma redução de 10,2% em termos homólogos.

O BPC viu também os fundos próprios a encolher 0,4% para cerca de 148,4 mil milhões Kz, contra os 149 mil milhões contabilizados nos primeiros seis meses de 2021.

Números do banco em 2021

No final do ano passado, o banco registou mais 1,7 biliões Kz em activo, ficando na quarta posição dos maiores bancos por activos em 2021.

O BPC foi o terceiro banco que maior carteira de títulos de dívida pública, tendo investido cerca de 898 mil milhões Kz. Já a carteira de crédito ficou avaliada em 78,7 mil milhões Kz, ficando assim na décima posição entre os maiores credores.

Quanto aos passivos, o gigante público teve o quinto maior registo de depósitos dos seus clientes, ainda assim, o banco viu os seus depósitos reduzirem quase 10% para 1,3 biliões Kz, menos de 142,8 mil milhões Kz.

No final de 2021 os fundos próprios estavam avaliados em 135,1 mil milhões Kz ficando na sétima posição e com o resultado líquido de -83,2 mil milhões Kz o banco teve o pior resultado entre os 25 bancos que operam no sistema bancário nacional, depois de sair de um prejuízo histórico.

 

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