Denúncia e pedido de libertação imediata. A defesa do empresário luso-angolano Carlos São Vicente, recorreu às Nações Unidas: apresentou uma queixa contra Angola “por detenção arbitrária e violação do direito a um julgamento justo”.
Carlos São Vicente está na cadeia de Viana, em Luanda, há mais de cinco meses, por suspeita de peculato e branqueamento de capitais, entre outros crimes
Num comunicado e síntese do caso enviados esta quarta-feira ao Observador, o escritório de advogados que o representa, Zimeray Finelle, argumenta que o economista “foi preso em Luanda a 22 de setembro de 2020 sem qualquer fundamento válido depois de ter sido interrogado duas vezes pela Procuradoria-Geral de Angola”.
E por entender que houve “múltiplas violações das regras para um julgamento justo e das condições de detenção, contrárias a todas as noções de justiça e dignidade”, não só denunciam a situação como solicitam ao Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária que envie “um apelo urgente a Angola para que proceda à libertação imediata” do genro do primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto.
Angola. Empresário Carlos São Vicente, genro de Agostinho Neto, fica em prisão preventiva
Os advogados suíços François Zimeray e Jessica Finelle referem que o seu constituinte sofreu “uma detenção, nem necessária nem razoável, ordenada e prolongada por uma procuradoria angolana todo-poderosa, sem o controlo de um juiz”.
As “condições deploráveis” da cadeia sobrelotada, “uma instalação para criminosos comuns”, onde os “reclusos coabitam com prisioneiros condenados” e há “violência generalizada”, onde não tem acesso a água corrente ou potável, são uma “ameaça a um prisioneiro que sofre de patologias (principalmente diabetes e hipertensão) que o tornam particularmente vulnerável à Covid-19”, sustentam, acrescentando que a sua saúde “piorou significativamente por falta de cuidados médicos adequados”.