As suspeitas de corrupção que ligam o ex-vice-Presidente da República Manuel Vicente ao antigo procurador português Orlando Figueira foram uma “invenção” do Ministério Público de Portugal, acusa o ex-magistrado, num extenso requerimento em que aponta o empresário Carlos Silva, presidente do Banco Privado Atlântico Angola, como pivôt de todo o processo, conhecido por Operação Fizz.
“Chegou a altura de dizer BASTA e de contar TODA A VERDADE!!!!”.
Antigo Procurador português Orlando Figueira
O antigo procurador Orlando Figueira – que está a ser acusado pelo Ministério Público (MP) de Portugal, entre outros crimes, de corrupção passiva e branqueamento de capitais, acusa a justiça portuguesa de estar a forçar as suspeitas sobre o ex-vice-Presidente de Angola.
O ex magistrado luso fez esta acusação por escrito, através de um requerimento dirigido ao Juízo Central Criminal de Lisboa, do Tribunal Judicial de Lisboa.
“Apenas se pode compreender que o MP (referindo-se ao minstério público português) tenha metido neste processo, “à martelada”, o Eng. Manuel Vicente para preencher a estória que já tinha na sua mente quando começou a fazer a investigação”, assinala o ex-magistrado na exposição, à qual o Novo Jornal Online teve acesso.
No documento, Orlando Figueira insiste que não conhece o antigo número dois do Estado angolano e descarta, reiteradamente, qualquer interferência do também ex-presidente da Sonangol no caso.
Este é também o argumento que tem sido utilizado pela defesa de Manuel Vicente, conforme o Novo Jornal noticiou na edição n.º488, de 23 de Junho , e na semana passada, na entrevista exclusiva ao advogado Paulo Amaral Blanco.
“A investigação, por negligência, incompetência, ou por qualquer outro motivo que se desconhece, passou completamente ao lado” da verdade, escreve o arguido, acusando o MP de construir uma “estória romanceada, totalmente falsa”, “deixando de investigar quem devia e quem surgia, descaradamente, como suspeito”.
Segundo o requerimento apresentado por Orlando Figueira, os investigadores não só sabiam “que tinham um inocente preso” [ele próprio], como que “estavam a enlamear a figura de um Chefe de Estado [Manuel Vicente], também ele inocente, prejudicando de uma forma totalmente irresponsável as relações diplomáticas entre dois Estados soberanos, Portugal e Angola”.
Sr. Novo Camarada Presidente;
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