Cerca de duas mil pessoas, com idades entre os 25 e 45 anos, têm transtornos mentais, em Luanda. Este dado foi avançado esta quarta-feira, pelo coordenador provincial de Saúde Mental do Gabinete de Saúde Pública.
Silva Tutala explicou durante a que a “Roda de Conversa Andante”, programa reservado para palestras e consultas de Psicologia e Psiquiatria, que depressão e o stress lideram a lista de problemas do foro mental entre as pessoas avaliadas. O coordenador, salientou que após a criação dos Serviços de Saúde Mental, a província de Luanda passou a registar uma diminuição de casos, desde 2007.
Antes de 2007, a província tinha um número insuficiente de técnicos, mas hoje estão controlados um total de 206 profissionais, entre psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, entre outros, para atender a população de Luanda.
“Este número não é ainda suficiente, pois temos necessidade de mais especialistas”, disse, para lamentar o facto de existirem 184 unidades sanitárias na província, mas só 46 tratarem questões do foro da Saúde Mental.
Silva Tatula apontou os problemas sociais, bem-estar, álcool e outras drogas como as principais causas de transtornos mentais. O especialista considerou como “extremamente preocupante o índice de casos de transtornos mentais”, particularmente no seio de pessoas mais jovens.
“Em toda e qualquer comunidade, a juventude é o motor para a continuidade da sociedade. Então, quando os transtornos mentais afectam essa faixa etária em grande escala, essa sociedade não pode alcançar facilmente o desenvolvimento”.
Mudança comportamental
O director municipal da Saúde de Luanda, Caetano Miguel, explicou que o maior objectivo da “Roda de conversa andante” é a mudança de comportamento mental dos munícipes, numa altura em que o número de pessoas que vivem no mundo com transtornos mentais atinge um bilião.
Caetano Miguel afirmou que os problemas mantais são preocupantes, pois fazem parte das determinantes sociais. “Vivemos numa sociedade agitada, enfrentamos constantemente problemas de trânsito, saneamento básico, condições sociais, stress e, isso, em muitos casos, não ajuda para que tenhamos um bom comportamento mental quer seja no local de trabalho quer em outro ambiente”.
Referiu que no município de Luanda estão a ser desenvolvidas várias acções, com destaque para consultas grátis a nível das comunidades, para ajudar na redução de casos de transtornos.
JA