Pelo menos cinco pessoas foram mortas pela passagem do Ciclone Kenneth em Moçambique, revelou, este sábado, o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, numa conferência de imprensa na cidade de Pemba.

Até ao momento quase 3.500 casas foram parcial ou totalmente destruídas, pelo menos 16 mil pessoas foram afetadas pelo ciclone e há mais de 18 mil pessoas em 22 centros de acomodação.

A Associated Press avança que 700 mil pessoas podem ser afetadas pelo ciclone, que já causou quebras no serviço de eletricidade, deixou estradas bloqueadas e danificou escolas e hospitais.

Espera-se chuva intensa durante toda a próxima semana, podendo causar cheias. O Instituto Nacional de Metereologia de Moçambique avisa ainda que o ciclone poderá deslocar-se de volta para o oceano, apenas para regressar mais forte nos dias seguintes.

As autoridades pediram aos residentes de Mecufi, Chiure, Macomia e Muidumbe que se deslocassem para zonas elevadas, devido ao risco de rutura de múltiplas barragens na região.

O Ciclone Kenneth atinge Moçambique seis semanas depois de o Ciclone Idai causar a morte de pelo menos 602 pessoas no país.

O The Guardian indica que os especialistas das Nações Unidas esperam que o Kenneth causa duas vezes mais chuva em Moçambique do que o Idai. A precipitação prevista para a próxima semana deverá ser equivalente a um quarto de toda a precipitação anual no país.

Pontes provisórias para evitar o isolamento

Nos últimos dias, os ventos chegaram a atingir os 270 quilómetros por hora, danificando sistemas de comunicação e levando ao colapso, por exemplo, da ponte sobre o rio Muangamula. Para não ficar isolada, a população local construiu uma ligação de tábuas improvisadas entre a estrada e o tabuleiro da ponte.