A Unidade de Trânsito do Comando Provincial de Luanda abriu 424 processos contra agentes suspeitos de “conduta indecorosa”, que já resultaram na expulsão de 21 efectivos da corporação.
As chefias também vão começar a ser punidas no âmbito do combate à “gasosa”, avisou neste fim-de-semana o comandante-geral da Polícia Nacional.
A informação sobre a abertura de inquéritos e expulsões de agentes foi avançada pelo segundo-Comandante Provincial de Luanda, Francisco Ribas, quando apresentava ao Comandante-Geral, Eduardo Mingas, o estado das forcas e de organização da Unidade de Trânsito.
Estes números correspondem ao período entre 2014 a 2017 em que constam, entre as infracções detectadas, 82 processos por extorsão a automobilistas que resultaram na retirada da especialidade 135 efectivos.
O oficial informou ainda que no período em referência foram detidos e julgados sumariamente pelo Tribunal de Polícia cerca de 1 312 cidadãos por tentativa de corrupção a agentes da autoridade que foram contemplados com indemnizações em valores pecuniários.
Entretanto, o Comandante-Geral da PN, Eduardo Mingas “Panda” disse na mesma ocasião que, com o fim do período de sensibilização no combate à corrupção entre as forças policiais, vai ter início a fase de punições com despromoção e despedimentos.
Eduardo Mingas deixou claro este aviso durante uma reunião mantida com os responsáveis da Unidade de Trânsito da capital do país, em que esteve presente o 2° Provincial de Luanda, Francisco Ribas, em representação do Comandante Provincial.
“A atitude dos comandantes será fundamental para acabarmos com o fenómeno (gasosa). É preciso que os comandantes também ganhem disso consciência”, avisou.
Eduardo Mingas disse ainda que “não adianta expulsar somente o agente, subchefe ou subinspector enquanto os chefes é que estão a dirigir na sombra. Temos de começar a punir todos envolvidos, desde o Comissário ao Agente”.
O Comandante-Geral deixou claro que vai continuar a cruzada contra à corrupção para que não atinja níveis mais alarmantes.
“A segurança pública está nas nossas mãos e Luanda deve ser o exemplo. Temos que exercer a nossa actividade com toda responsabilidade”, concluiu o Comandante Geral.
NJ