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Combustíveis, máquinas e bem alimentares valem 58% das compras ao exterior

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Apesar das importações registarem uma queda de 11% para 11.356,86 milhões USD nos primeiros 9 meses do ano, o custo com a importação de máquinas e equipamentos aumentou, ao registar um crescimento de 5% para 2.688,5 milhões USD, e representa 24% das importações entre Janeiro e Setembro.

Angola gastou entre Janeiro e Setembro deste ano cerca de 6.632,8 milhões de dólares com a importação de máquinas e equipamentos, combustíveis e alimentação.

Seguem-se os combustíveis, que representam 21% das importações angolanas, embora tenham registado uma quebra de 21% para 2.424,4 milhões USD em termos homólogos. Apesar de o País ser produtor e exportador de crude (petróleo bruto), Angola ainda continua a importar combustíveis, o que pesa muito nas contas do Estado já que o preço de venda nos postos de abastecimento não é o preço real do mercado, devido aos subsídios públicos aos combustíveis, o que faz com que os preços da gasolina e do gasóleo praticados no País continuem a ser dos mais baixos do mundo.

Em 2022, os subsídios aos combustíveis representaram 18,9% da despesa fiscal primária, 3,7% do PIB e ascendiam a 1,99 biliões Kz. Em Angola, o preço do litro da gasolina foi actualizado no dia 2 de Junho – passou de 185 Kz para 300 Kz por litro , mas o preço do gasóleo não é alterado desde Janeiro de 2016. As estimativas para o final do ano apontam para níveis de despesa com subsídios de 1,82 biliões Kz, ou seja, 19,37% da despesa fiscal primária e 2,9% do PIB.

Já as importações de bens alimentares custaram 1.519,9 milhões USD nos primeiros nove meses do ano, o que representa uma redução de 23% face ao período homólogo. Ainda assim, os bens alimentares representam 13% dos produtos importados.

Contas feitas, Angola gastou, entre Janeiro e Setembro, cerca de 6.632,8 milhões USD com importação de máquinas e equipamentos, combustíveis e alimentação.

Ainda na lista dos mais importados, constam os veículos e suas peças com 1.073,5 milhões USD, materiais de construção (842,7 milhões USD) e plásticos, borrachas e produtos têxteis com 783,3 milhões USD e representam 24% das importações angolanas.

“É importante substituir importações”

Para Heitor Carvalho, embora esteja a “acontecer alguma coisa”, pouco se tem visto sobre diversificação da economia, por isso entende que “é mais importante substituir importações”.

Assim, o economista entende que a diversificação deve ser feita com as empresas, micro-negócios e com um bom ambiente de negócios. “O Estado tem de proporcionar tudo para que as empresas possam ser eficientes: regras simples, boas inspecções, pouca burocracia, capital (titularização do imobiliário, por exemplo), acesso ao crédito, estradas em boas condições, primado da lei sobre o primado das “ordens superiores” e coisas deste género”, apontou.

Por sua vez, Fernandes Wanda entende que “Angola precisa de aumentar a produtividade no sector agrícola, produzindo alimentos para a sua população ajudaria na redução da inflação, e levar a cabo um rápido processo de industrialização, come- çando com aqueles sectores intensivos em mão de obra para gerar empregos para a sua juventude pouco qualificada no sector formal da economia”.

“Temos demonstrado com nú- meros ao longo destes anos que apesar do surgimento de alguns segmentos importantes como a indústria de materiais de construção, cimento e bebidas, não tem havido a devida atenção para se aumentar o volume e receitas. A produção destes produtos ainda não é suficientemente competitiva”, rematou.

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