Os dados constam do relatório e contas do Banco Nacional de Angola (BNA) referente a 2022, publicado recentemente. Pôde-se notar que o montante do crédito disponibilizado ao sector real da economia aumentou 206,7 mil milhões Kz. Aliás, o valor concedido equivale a 14,6% do activo líquido dos bancos comerciais reportado em 2021.
Quanto ao número de projectos financiados no ano passado, de acordo com o relatório do banco central, atingiu-se um total de 520 créditos, mais 130 em relação ao período homólogo transacto (2021), razão pela qual corresponde a um crescimento de aproximadamente 33,3%.
A indústria transformadora absorveu 552,01 mil milhões Kz (75,2%) do montante financiado à economia, como atesta o documento elaborado pelo BNA, instituição governada por José Massano. O sector da agricultura (produção animal, caça, florestas e pesca 151,8 mil milhões Kz) (20,7%).
O relatório e contas referenciado informa, igualmente, que quantia concedida ao primeiro sector da economia corresponde a um incremento de 122,1 mil milhões Kz (28,4%); ao segundo reflecte o aumento de 74,7 mil milhões Kz (96,9%). Passaram a representar 93,7% do saldo desembolsado ao abrigo do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril e de outras “normas” do BNA que antecederam, até ao final de 2022.
“Em termos de projectos financiados, destaca-se o sector da agricultura (produção animal; caça; floresta e pesca) com uma representatividade de 48,3%, ou seja, 251 projectos”, trecho do relatório e conta citado.
No segmento empresarial, segundo aquele documento, as empresas de grande dimensão beneficiaram de 410,7 mil milhões Kz (55,9%) do financiamento, seguido das médias 239,1 mil milhões Kz (32,6%). Quanto às pequenas e microempresas, a verba foi de 83,3 mil milhões Kz (11,3%) e 1,14 mil milhões Kz (0,16%).
“A supremacia das grandes empresas, em termos de montante e projectos, pode reflectir o nível de risco e a dimensão dos projectos apresentados por estas, relativamente à distribuição geográfica dos projectos financiados ao abrigo do Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril. Luanda concentra 39,8% do montante”, lê-se no documento.
O BNA, no relatório, afirma que a hegemonia de Luanda, em termos de montante e projectos financiados, é explicada pela concentração de empresas na capital do País.
A actividade creditícia assenta no Aviso n.º 10/2022, de 06 de Abril (sobre Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia) “que estipula aos bancos comerciais até 31 de Dezembro de cada ano civil para cumpri com os limites estabelecidos do montante mínimo a conceder, ou seja, 2,5% do activo líquido dos bancos reportado no ano anterior”.
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