Contas feitas, foram menos 551,4 mil milhões Kz no espaço de um mês. Pela primeira vez desde 2014, o crédito a particulares ultrapassou o sector do comércio e lidera o ranking dos sectores com o maior stock de crédito.
O crédito bancário à economia angolana encolheu 11%, passando de quase 5,20 biliões Kz em Maio para pouco mais de 4,6 biliões Kz em Junho, de acordo com as estatísticas do Banco Nacional de Angola (BNA) sobre o stock de crédito na banca.
Contas feitas, foram menos 551,4 mil milhões Kz no espaço de um mês. Tal como aconteceu nas taxas de juros em que se verificou as taxas mas altas em 14 meses, este também foi o stock de crédito mais baixo dos últimos 14 meses, ou seja, seria necessário recuar até Abril de 2022 para encontrar um stock mais baixo do que o registado em Junho. Na base estão os efeitos da depreciação da moeda e a falta de liquidez na economia que agravaram as taxas de juros.
Se compararmos em termos homólogos, o stock de crédito caiu 3% face aos 4, 78 biliões Kz de Junho do ano passado. Já em relação ao final do ano passado (Dezembro) cresceu 1%.
A nível dos sectores de actividade, o crédito a particulares, que representa 23% do total do crédito, é o que mais peso tem no stock crédito. Segue-se o comércio e a indústria transformadora, que representam 19% e 12% do total de crédito, respectivamente. Assim, pela primeira vez desde 2014, o crédito a particulares ultrapassou o sector do comércio e lidera o ranking dos sectores com o maior stock de crédito na banca nacional. O crédito a particulares, associado ao consumo, cresceu 5% face a Maio para quase 1,1 biliões Kz, enquanto o stock de crédito ao comércio por grosso e a retalho caiu 26%, no mesmo período, o equivalente a menos 301,5 mil milhões Kz.
Contudo, os sectores do comércio, privados e indústria transformadora (que somam 2,5 biliões kz) valem cerca de 53% do stock de crédito da banca nacional. Ou seja, por cada 1.000 Kz que os bancos têm emprestados à economia, 530 Kz estão concentrados no comércio, nos consumidores e na indústria nacional.Quase um quarto do stock de crédito da banca nacional está concentrado no sector produtivo, nomeadamente a indústria extractiva e transformadora, agricultura e pescas, com o conjunto destes três sectores a valerem pouco mais de 1,1 biliões Kz do crédito total.
As actividades administrativas, com uma queda 68%, e o sector de captação, distribuição de água e saneamento, que caiu 67%, foram os que registaram as maiores quedas no stock de crédito. O crédito também caiu na saúde e acção social (-60%), educação ( -48%), agricultura (- -26%), construção (-15%), restauração (-14%), indústria transformadora (-12%), actividade financeira (-12%), actividade artística e desportiva (-13%).
Em sentido contrário, a crescer estão as actividades das famílias empregadoras de pessoal domésticos, que cresceu 34% para 61,68 mil milhões Kz, seguido do sector de informação e comunicação, com um aumento de 24%, e pelo sector dos transportes e armazenagem, que registou um crescimento de 12% para 100,3 mil milhões Kz.
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