Publicou o jornal digital Maka Angola, na sua edição de 5 de Fevereiro deste ano, uma notícia intitulada “ Os esquemas do Presidente do Banco BIC”, onde se afirma que três empresas do sector agro-pecuário que têm como accionista, o signatário Fernando Mendes Teles, Presidente do Conselho de Administração do banco BIC, teriam beneficiado de operações de transferências por parte do banco que dirige.
Tal notícia é falsa, porque as empresas referidas, Anglopig, Tecnopig e Agroquibala, não adquiriram qualquer montante de divisas nas operações de fixing do BIC, cujas operações são reportadas ao Banco Nacional de Angola. Teria sido fácil confirmar os elementos desta notícia junto do Banco Nacional de Angola, o que lamentavelmente não aconteceu, por parte do editor responsável pela notícia do Maka Angola.
Matéria tão grave e caluniosa publicada, sem prévia confirmação põe em causa a boa reputação e do Banco BIC e do bom nome do seu Presidente do Conselho de Administração.
Quando fui contactado, por mensagem, pelo Sr. Director do Maka Angola, Rafael Marques, tive o cuidado de afirmar “…que não estava bem informado…” e, por isso, convidava-o a deslocar-se ao meu gabinete no BIC para lhe fornecer todos os elementos que considerasse necessários para o esclarecimento da verdade.
Lamento que não tenha comparecido, evitando assim, este desmentido, e eventuais danos de reputação e bom nome dos visados, pela falsidade desta notícia.
Assim, solicito que, ao abrigo da Lei de Imprensa Angola, publique este desmentido acompanhado por um pedido de desculpas.
Fernando Teles
Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC
Maka Angola Reafirma Notícia sobre Presidente do BIC
O Maka Angola reitera o conteúdo do texto publicado sobre “Os Esquemas do Presidente do Banco BIC”.
Em relação ao desmentido de Fernando Teles, que acima publicamos como direito de resposta, cumpre-nos esclarecer os nossos leitores sobre o leilão de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA).
Em primeiro lugar, efectivamente as operações de fixing são reportadas ao Banco Nacional de Angola, como bem diz o presidente do BIC.
No entanto, basta que o Banco BIC reporte a distribuição de divisas por sector, como o da agricultura, por exemplo. Não é necessário especificar a alocação de verbas por cada empresa e montantes, a menos que haja uma inspecção da entidade supervisora.
Por inspiração do BIC, teremos todo o prazer em divulgar publicamente a alocação detalhada de divisas à Anglopig, Agroquibala, Agrozootec, e Tecnopig, empresas pertencentes à família Teles e por nós mencionadas, bem como os pagamentos feitos em Portugal, Reino Unido e Itália pelas referidas empresas.
Damos apenas um exemplo sobre as operações de fixing do Banco BIC, executadas a 25 de Janeiro de 2018 sobre necessidades de matérias-primas: o requerimento n.º 92812793, em nome da Agroquibala, beneficiou esta empresa em 281,108 dólares (em dez tranches separadas). A Agroquibala, por sua vez, usou este montante para fazer pagamentos a outra empresa de Fernando Teles em Portugal, a FTPGM Lda.
Em segundo lugar, o presidente da comissão de fixing do Banco BIC, José Carlos Silva, é irmão da esposa do presidente do Banco BIC, portanto, cunhado de Fernando Teles.
A esposa, Maria Laurentina Almeida e Silva Teles, é sócia das referidas empresas, conforme já reportado pelo Maka Angola. É tudo uma questão de interesses familiares, e sobre isso poderemos alongar-nos.
Em terceiro lugar, colocamo-nos à disposição das entidades supervisoras – o Banco Nacional de Angola e a Procuradoria-Geral da República – para as investigações que se impõem, uma vez que reportámos um caso de violação da Lei de Bases das Instituições Financeiras, bem como do próprio Código de Conduta do BIC.
Finalmente, cumpre-nos também informar que enviámos ao Sr. Fernando Teles um questionário detalhado com cinco perguntas sobre a informação por nós obtida. Obtivemos uma resposta genérica por mensagem.
Não fomos ao seu encontro porque, de momento, nos encontramos noutro país, facto que lhe foi comunicado antecipadamente.
Angop