A dívida pública angolana registou nos últimos três meses de 2022 uma descida superior a 10%, quando comparada ao período homólogo de 2021, revelou a ministra das Finanças, em mensagem de Ano Novo dirigida aos trabalhadores do órgão que dirige.
Vera Daves de Sousa disse também que o Produto Interno Bruto (PIB) real terá crescido 2,7% , um pouco acima dos 2,4% que estavam projectados no OGE de 2022.
Um outro registo assinalável e que a ministra realçou é o facto de a inflação acumulada ter ficado abaixo da meta estabelecida.
“Eis-nos chegados à passagem de mais um ano civil, momento sempre propício para reflectirmos sobre a nossa trajectória individual e colectiva e projectarmos, com redobrada energia, o tempo novo que aí vem. Nesta ocasião, endereço aos trabalhadores do Ministério das Finanças uma mensagem de gratidão, de estímulo e de esperança”.
A mensagem de gratidão justifica-se face ao trabalho de todos os funcionários, também caracterizada por uma procura permanente de conhecimento e realização, com motivação patriótica de todas as tarefas.
Por outro lado, a ministra das Finanças afirma ser a sua mensagem também de estímulo e de esperança, perante as incertezas e os riscos que se mantêm no horizonte e que só a continuação do trabalho realizado com rigor, disciplina e integridade poderá ajudar a que se dissipem.
“Temos de ser capazes de garantir que a produtividade do nosso trabalho continue a melhorar, o que só é possível se mantivermos o sentido de missão e de pertença a esta instituição, cuja razão de ser e de existir é a de servir todos os angolanos”, disse.
Histórico da dívida
A dívida pública angolana face ao Produto Interno Bruto (PIB) era em 2020 acima de 130% , tendo sido de 80% em 2021. Ao longo deste período, tem sido observada uma trajectória de descida que vai fechar 2022 abaixo dos 60%.
Os empréstimos contraídos por Angola a credores internacionais e também nacionais, com a finalidade de atender as despesas do Governo, também designada por dívida pública, calculam-se acima de 60 mil milhões e maioritariamente contratada a bancos comerciais internacionais. A China é no momento o maior credor de Angola.
Todavia, as reformas macroeconómicas levadas a cabo pelo Governo desde 2017, têm resultado na redução do peso da dívida e também no crescimento do Produto Interno Bruto, que para 2022 terá superado os 120 mil milhões de dólares, contra os 75 mil milhões de dólares de 2021, colocando o país entre as três principais economias da Região Subsaariana.
O Plano Anual de Endividamento aprovado pelo Governo no início de 2022 estimou-se numa carteira de 6,88 biliões de kwanzas (pouco mais de 11 mil milhões de dólares), 56% da qual adquirida no mercado externo.
NJ