Em cada 100 Kz emprestados pelos bancos quase 22 Kz estão em incumprimento. As condições económicas que “estão cada vez mais difíceis”, na opinião de analistas continuam a apertar os devedores dos bancos, que têm dificuldades em cumprir com as suas obrigações.
O malparado da banca comercial angolana voltou a subir em Agosto deste ano para perto de 22%. Dos 6,6 biliões Kz de crédito bruto do sistema bancário angolano, mais de 1,4 biliões estão malparados, com base nos Indicadores de Solidez Financeira do Sector Bancário do Banco Nacional de Angola (BNA).
Assim, em Agosto deste ano, dos 6,6 biliões de crédito bruto quase 5,2 biliões Kz estavam em dia e 1,4 biliões eram malparado, ou seja, com pelo menos três meses de incumprimento no pagamento de juros e amortizações.
Os dados do BNA não trazem explicações sobre as razões desta subida do também designado crédito vencido, nem as origens desse crédito em situação irregular, mas analistas do sector justificam com a crise económica que ainda se faz sentir na economia nacional e com os elevados juros cobrados pelos bancos, sempre acima dos dois dígitos.
Aliás, os economistas sublinham que o poder de compra das famílias tem vindo a cair ao longo dos anos, o que tem contribuído para que muitos mutuários dos bancos deixem de honrar a tempo com os seus compromissos, até porque segundo dados do INE (Índice de Preços no consumidor em Agosto), quase 46% dos gastos das famílias incidem sobre bens alimentares, o que significa que na “hora de aperto”entre escolher a alimentação ou os créditos, acabam por deixar para trás as prestações ao banco.
“Montanha russa” no malparado
O crédito malparado tem vindo a registar várias oscilações. Só em Junho, a generalidade dos bancos que mandou reporte ao banco central sobre a sua situação patrimonial registou uma média de 19,3% de crédito malparado, depois de no mês anterior, em Maio, ter estado 1,2 pontos percentuais acima.
Esta redução tinha sido explicada, na altura, por um quadro sénior do banco central com a renegociações de contratos de crédito. Segundo a fonte, os bancos têm encontrado formas de renegociação, fazendo com que as prestações mensais estejam ao alcance dos clientes.
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