A semana que findou ficamos todos a saber que o Kwanza já não vai propositadamente ficar mais burro do que já está. Todavia, por via dos fenómenos económicos do mercado, seja, sem intervenção administrativa do Estado, o Kwanza poderá sofrer um possível ataque de burrice (entenda-se perda de valor).
Eis a diferença entre os conceitos Desvalorização e Depreciação. O primeiro é uma acção propositada o segundo não. Mas vamos antes aos factos.
Pois é, no dia 3 do corrente, os conceitos desvalorização e depreciação foram fulcrais para melhor compreensão das soluções, ora apresentadas, para muitos problemas socio-económicos que enfermam o ADN do país.
Todavia, os maiorais que presidiram a conferência pouco fizeram no que toca a uma comunicação fácil para que os menos esclarecidos e leigos no que ao economês diz respeito pudessem compreender e apreender os factos.
Há muito que não se faz sentir qualquer estratégia de comunicação num modelo de parceria entre a Secretaria de Imprensa da Presidência da República e os órgãos públicos de comunicação para a criação de iniciativas que tenham como foco facilitar a compreensão de questões com profundidade técnicas. As vezes incontornáveis.
Os espaços existentes nos órgãos têm sempre um foco mais informativo do que pedagógico. Se o receptor, ao ter a mensagem não conseguir descodificá-la, o processo de comunicação não fica consumado. Logo, os conteúdos veiculados não são consumidos pela opinião pública. O facto de um órgão veicular certa informação não quer dizer que comunicou, atenção. (Desevolverei este assunto num próximo artigo)
Convidar analistas nos espaços informativos não responde, a partida, essa necessidade. Até porque nem sempre têm a capacidade de falar fácil. Àquela comunicação do dia 3 do corrente estava cheia de kilobytes de economês. Excessivamente técnica. E com pouca qualidade técnica. Som péssimo!
Peca-se muito nesse quesito quando a Administração do Estado quer comunicar. Os maiorais e os especialistas ficam confinados num linguajar que só eles percebem. E não se criam acções de suporte ao processo de comunicação.
Isso é que o extinto GRECIMA nunca soube fazer. Diagnosticar os problemas comunicacionais da estrutura do Estado para criar um Sistema de Comunicação entre governante e governados com acções comunicacionais efectivas. Tudo era por charme. Até os milhões de dólares pagos pelas ineficazes “acções comunicacionais” empreendidas eram charmosos.
José de Lima Massano, que falava na conferência de imprensa do dia 3 docorrente no extinto GRECIMA a propósito do Programa de Estabilização Macroeconómica, aprovado recentemente, explicou que a banda de variação cambial vai permitir ao próprio mercado encontrar o novo equilíbrio da taxa de câmbio.
Assim, o BNA não tem necessidade de “desvalorizar administrativamente o Kwanza”, embora admita uma possível depreciação da moeda.
O pai do meu amigo que é um camponês em Cacuaco, mesmo depois de ter ouvido a explicação de José Massano insiste na pergunta. Se os kwanzas que tem por baixo do colchão vão ou não ficar mais burros. Dizê-lo que não, e que apenas poderão sofrer um ataque de burrice… é complicado!
Mas vamos lá. A Depreciação e Desvalorização são termos econômicos, muitas vezes usados como sinônimos, mas na verdade são muito diferentes. Enquanto ambos se relacionam com o valor da moeda de um país, cada um tem suas próprias causas, vantagens e desvantagens.
Muitos países usam esses mecanismos econômicos para melhorar áreas como comércio e demanda por bens, embora usá-los possa trazer riscos econômicos.
Definição de desvalorização
Segundo o site “Economics Help”, a desvalorização ocorre quando um país propositadamente reduz o valor de sua moeda, uma vez que se aplica a sua taxa de câmbio com moedas de outros países ao redor do mundo.
Um país pode fazer isso por uma série de razões, como a redução da taxa de câmbio para estimular a vinda de estrangeiros ou para incentivar mais países a importarem.
Definição de depreciação
A depreciação é o declínio do valor de uma moeda com base em factores de mercado, como oferta e procura. Por exemplo, se os consumidores (assim como os países), que normalmente usam o dólar para conduzir seus negócios começam a trocar ou comprar e vender usando outra moeda, o valor do dólar pode cair em valor em comparação com a outra moeda.
A depreciação pode variar muito, dependendo das condições econômicas de um determinado país e se o país tem ou não fortes exportações, turismo ou mesmo estabilidade em seu governo.
SL