Com este prognóstico o BFA é o mais pessimista. O Governo prevê um crescimento de 3,3%, enquanto o FMI espera por uma expansão de 3,5%. Já o Banco Mundial, prevê uma taxa de 2,6%, aguardando por um crescimento abaixo do aumento populacional. O mesmo posicionamento tem o Standard Bank.
A economia nacional deverá crescer entre 1,0 e 1,5% este ano, penalizada pelo mal desempenho do setor petrolífero que deverá apresentar uma quebra acima dos 6%, apontam as previsões do Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Fomento Angola (BFA).
Nos dados divulgados hoje, os especialistas esperam que o Produto Interno Bruto (PIB) volte a acelerar para um ritmo médio a rondar os 3-5% no período entre 2024-2027″
“Com a contracção que antecipamos ao nível do PIB petrolífero, o nível geral de actividade económica deverá crescer entre 1,0-1,5%, voltando a acelerar para um ritmo médio a rondar os 3-5% no período entre 2024-2027”, lê-se na nota informativa divulgada pelo banco.
Na base, segundo a equipa do BFA, está o petróleo que voltará a ter uma contribuição “bastante negativa” sobre a economia. Já o PIB não-petrolífero deverá voltar a crescer.
Assim, a previsão do BFA passa a ser a mais pessimista para 2023. Por exemplo, o Governo, no Orçamento Geral de Estado (OGE) para 2023 espera um crescimento na ordem dos 3,3% justificado pelas perspectivas de crescimento do PIB petrolífero na ordem dos 2,98% (incluindo gás) e do PIB não petrolífero em cerca de 3,4%.
As instituições de Bretton Woods, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial divergem nas mais recentes previsões de crescimento da economia nacional para 2023.
Recentemente, o FMI melhorou ligeiramente a previsão de crescimento da economia nacional para 3,5%, acima dos 3,4% previstos no último encontro do ano passado. As previsões do Fundo constam no “World Economic Outlook”. O Banco Mundial, por sua vez, no relatório ” Africa’s Pulse”, reviu em baixa as previsões de crescimento, prevendo que a economia de Angola abrande de 3,5% no ano passado para 2,6% este ano, estabilizando à volta de 3,0% até 2025, influenciada pela variação do preço do petróleo.
Por sua vez, o a equipa de a equipa de research do Standard Bank, diz que a economia vai crescer a um ritmo inferior ao crescimento da população, num contexto de fraco nível de investimento e redução do preço do petróleo.
O PIB em 2022
Em 2022 a economia nacional cresceu 3,0%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).Este foi o maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) verificado nos últimos oito anos, registando o segundo ano consecutivo de expansão da economia nacional depois de um ciclo de cinco anos de recessão, entre 2016 e 2020.
Entretanto, de acordo com a equipa de pesquisa do BFA, do Gabinete de Estudos Económicos do BFA, a economia angolana mostra ainda um nível geral de actividade que está 1,6% abaixo de 2019, altura anterior à pandemia.
“Porém, se olharmos só para economia não petrolífera, verificamos que o nível de actividade está 5,4% acima dos níveis de 2019, demonstrando crescimento relevante mesmo face ao período pré-pandemia”, justificam os especialistas do banco.
Os especialistas apontam também que tem ocorrido uma mudança estrutural gradual direccionada para o sector dos serviços. O peso do sector primário excluindo o sector petrolífero tem aumentado de forma lenta e contínua, sendo que actualmente representa cerca de 12% do PIB, quando há 12 anos representava 7%.
Em 2022, o peso do sector petrolífero caiu para 26%, perfazendo uma quebra de cerca de 17pontos percentuais (pp) desde 2010. Segundo a equipa do BFA, o peso do sector secundário tem estado bastante estável, rondando entre 16% a 17%, com os sectores da Construção e da Indústria a sustentarem este peso. Para o sector terciário, o peso aumentou para 44% (+8pp desde 2010), sendo que o Comércio e os Transportes têm sido os principais impulsionadores.
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