O BNI deixou de fazer parte desta lista depois de ter publicado as contas esta quarta-feira ao final do dia. Já o ex-BESA vem de um histórico anos sem divulgar as contas e mantém-se como campeão dos atrasos.
Dos 23 bancos autorizados a operar no sistema financeiro nacional, dois não divulgaram os relatórios e contas do exercício económico de 2022 dentro dos prazos regulamentados pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Em causa estão os bancos Económico (BE) e VTB África que até esta terça-feira, dia 23, não tinham disponibilizado estes dados nos seus websites como manda a lei. O BNI deixou de fazer parte desta lista já que publicou o balanço anual ao final do dia desta quarta-feira.
Como tem acontecido nos últimos anos, o Banco Económico lidera a lista dos que não divulgaram as contas a tempo. O ex-BESA já vem de um histórico de três anos (entre 2018 e 2021) sem divulgar as contas, tendo feito apenas no final do ano passado, altura em que apresentou um novo conselho de administração.
De acordo com o artigo 5.° do Aviso n.º 5/2019 do BNA, os bancos devem elaborar demonstrações financeiras, complementadas por notas explicativas às demonstrações financeiras, necessárias ao completo esclarecimento da posição financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos de caixa das mesmas.
O regulador (BNA) estabeleceu também que as demonstrações financeiras anuais devem estar disponíveis até ao dia 30 de Abril do ano subsequente, e já estavam 24 dias fora do prazo regulamentar para a apresentação das contas das actividades realizadas ao longo do ano passado.
Segundo o ponto 3 do artigo 6.º do aviso n.º 05/2019, sobre o processo de normalização e harmonização contabilística do sector bancário angolano, as instituições devem publicar, anualmente, as demonstrações financeiras. Estas demonstrações financeiras anuais devem ser publicadas acompanhadas do respectivo relatório de gestão sobre os negócios sociais e os principais factos administrativos do período, das notas anexas às demonstrações financeiras, do parecer da auditoria externa e do parecer do Conselho Fiscal.
Contas feitas pelo Expansão, constatou-se que até esta terça- -feira, cinco dos 20 bancos não apresentaram relatórios de gestão e três não apresentaram notas às demonstrações de resultados. Mas todos apresentaram os relatórios do auditor independente e os pareceres do órgão do conselho fiscal. O Banco de Poupança e Crédito (BPC) lidera a lista dos bancos com mais reservas apontadas pelo auditor independente, com um total de 14.
Crowe lidera auditoria à banca
A Crowe Angola continua a liderar as auditorias às contas dos bancos comerciais, tal como no ano passado. A empresa de origem norte-americana, detém cerca de 30% da quota de mercado da auditoria à banca angolana, com seis bancos auditados. Segue-se a Deloitte & Touche, com quatro bancos auditados. A líder das “big four” detém 20% da quota de mercado.
Duas das big “four”, vêm logo a seguir, a Price Waterhouse Coorpers (PWC) e KPMG que ocupam a terceira posição. Ambas examinam as contas de três bancos, cada. Já a Ernst & Young (EY) auditou apenas um banco.
Expansão