Ex-Presidente da Libéria é a quinta pessoa em dez anos a merecer este reconhecimento. Nelson Mandela foi o primeiro laureado, a título honorário.
Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher nos tempos modernos a assumir a presidência de um país africano, a Libéria, foi nesta segunda-feira anunciada como vencedora do prémio Mo Ibrahim para a Excelência na Liderança Africana.
Esta economista que estudou em Harvard e foi co-vencedora do Nobel da Paz, governou a Libéria durante dois mandatos, desde 2006, tendo passado testemunho em Janeiro a George Weah, o único futebolista africano a ser distinguido com a Bola de Ouro e o prémio da FIFA para melhor jogador do mundo (em 1995).
Sob a presidência de Sirleaf, a Libéria manteve poblemas crónicos como a corrupção e a falta de serviços básicos (como electricidade e água potável), tendo sido ainda duramente afectada pelo vírus do ébola, que matou milhares de pessoas.
Contudo, o comité organizador do prémio – que já não era atribuído há alguns anos por “falta de candidato credível”, como menciona o comunicado institucional – assegura que Sirleaf, “em circunstâncias muito difíceis” conduziu o país para um futuro “de paz e democracia, lançando as bases para o seu sucessor”.
Este prémio foi criado pelo empresário sudanês das telecomunicações Mo Ibrahim em 2007 e pretende premiar a excelência na liderança africana.
O próprio fundador comenta ter “esperança de que Ellen Johnson Sirleaf continue a ser fonte de inspiração para as mulheres em África e por todo o mundo”, reconhecendo a sua “excepcional e transformadora” liderança na recuperação de “um país vindo de muitos anos de guerra civil”.
Johnson Sirleaf, com 79 anos, é a quinta pessoa a receber este reconhecimento, que já foi igualmente atribuído a Pedro Pires, Presidente de Cabo Verde entre 2001 e 2011, e a Joaquim Chissano, antigo Presidente de Moçambique. Nelson Mandela foi o primeiro laureado, a título honorário, em 2007.
O prémio tem um valor de cinco milhões de dólares (aproximadamente quatro milhões de euros), que serão pagos ao longo de dez anos.
PÚBLICO