Dividido por empresas e de acordo com os relatórios e contas referentes a 2019, o BPC responde por 404,7 mil milhões de kwanzas, o BCI por 26,1 mil milhões, a ENSA por 9,9 mil milhões e Grupo ENSA por 186 mil milhões de kwanzas de prejuízos.
A par dos resultados negativos, o BPC, ENSA e o BCI têm em comum o facto de os seus relatórios e contas terem sido aprovados com reservas pelos chamados auditores externos, cujo parecer é fundamental para a fiabilidade dos dados reportados.
Mesmo tendo apresentado resultados positivos, o BDA também viu o relatório e contas aprovado pelo auditor externo com reservas.
Do universo das sete entre as oito empresas sob tutela do Ministério das Finanças que remeteram os relatórios e contas referentes a 2019 ao Instituto de Gestão e Participações do Estado (IGAPE), o Grupo ENSA distingue-se pelo facto de ter apresentado a esse órgão do Ministério das Finanças um documento em que o auditor externo se recusa a emitir parecer.
A Sociedade de Investimentos e participações do Estado (SIP) distingue-se por não ter submetido à apreciação do IGAPE, pelo menos nos prazos fixados, o relatório e contas referente a 2019.
Constituída por Despacho Presidencial nº 82/15, de 6 Dezembro, com objecto social de realizar subscrição de participações no capital social de sociedades gestoras de participações sociais e em fundos de investimentos em Angola e no estrangeiro, a SIP não aparece na lista das empresas do sector com os relatórios publicados pelo IGAPE, o que reduz a 88 por cento o índice de prestação de contas .
Como os números indicam, embora sem surpresa, o BPC é o “campeão dos prejuízos” das empresas do sector financeiro público, seguido do BCI.
Mesmo assim, o auditor externo chama a atenção para o facto de o prejuízo reportado pelo BPC ser inferior ao que era expectável, estando o resultado líquido do exercício findo em 31 de Dezembro de 2019 subavaliado em pelo menos 756.287.097 milhares de kwanzas, relativo a perdas por imparidade constituídas sobre as carteiras de créditos em que o banco diferiu o referido montante no balanço.
Nos cálculos do perito contabilístico Félix Novais, se fossem registadas as referidas perdas por imparidades diferidas na demonstração dos resultados, o prejuízo do BPC seria estimado em 1,1 biliões de kwanzas, acima do dobro do que consta no relatório que submeteu ao IGAPE.
JA