A Rússia está cada vez mais isolada no panorama internacional e conforme os bancos ocidentais reduzem a sua exposição a Moscovo, os bancos chineses intervieram para preencher a lacuna – o valor dos empréstimos garantidos em renminbi (moeda oficial da China) a instituições financeiras russas mais do que quadriplicaram desde a invasão da Ucrânia por Moscovo.
De acordo com o ‘Financial Times’, os quatro maiores bancos da China aumentaram a sua exposição combinada à Rússia de 2,2 para 8,7 mil milhões de dólares até março de 2023 – a utilização crescente do renminbi no sector bancário da Rússia está em linha com os esforços contínuos do Kremlin para reconstituir as suas reservas com alternativas ao dólar.
“Os empréstimos dos bancos chineses aos bancos e instituições de crédito russas, que são, na sua maior parte, um caso em que o yuan toma o lugar dos dólares e dos euros, mostram que as sanções estão a fazer o seu trabalho”, referiu Andrii Onopriienko, responsável da Escola de Economia de Kiev.
Apesar da liquidação gradual do comércio ocidental na Rússia, Vladimir Putin está a tornar cada vez mais difícil para as empresas estrangeiras retirarem as suas operações do país. Na passada sexta-feira, o vice-ministro das Finanças da Rússia, Alexei Moiseev, exigiu que os bancos estrangeiros descongelassem os ativos russos se quisessem sair do mercado. “Declaramos a nossa posição: seremos duros em deixar ir os bancos estrangeiros, isso dependerá da decisão de descongelar os ativos russos”, referiu.
O aumento do financiamento apoiado pelo renminbi também destacou a crescente dependência da Rússia da China para apoio económico. Em 2022, o comércio entre os dois países atingiu um recorde de 190 mil milhões de dólares, um número que continua a aumentar.
LUSA