O Ministério da Educação tem uma dívida avaliada em 2 mil milhões kwanzas para com os alfabetizadores e parceiros sociais de todo o país, revelou durante a semana, em entrevista ao Expansão, o Director Nacional para a Educação de Jovens e Adultos, Evaristo João Pedro.
O valor em causa corresponde aos últimos três anos, de 2016 a 2019. Evaristo Pedro afirmou ainda que as condições estão criadas para que, no final do mês de Setembro, a dívidas comece a ser amortizada.
“O problema está no facto de alguns alfabetizadores trabalharem em áreas onde não existem bancos, o que tem dificultado o pagamento dos serviços”, explicou.
Dados estatísticos de 2019 davam conta que um cada quatro angolanos não sabe ler, nem escrever. Apesar de ter sido lançado, no mesmo ano, o Plano de Acção para a Intensificação da Alfabetização e da Educação de Adultos o quadro continua o mesmo.
Dados divulgados pelo Ministério da Educação davam conta que um em cada quatro angolanos não sabia ler nem escrever.
Para Evaristo João Pedro, não houve mudança nos quadros devido os constrangimentos causados pela pandemia da covid-19, que paralisou todas as actividades incluindo as académicas.
“Também é verdade que estamos a trabalhar com o censo realizado em 2014.Bom seria se fosse feito outro levantamento para obtermos dados mais actuais” disse o responsável.
Numa mensagem preparada pelos alfabetizadores, a classe solicita às autoridades “ empenho” para o pagamento total dos subsídios sem atraso.
Além dos atrasos nos pagamentos, os alfabetizadores dizem ter dificuldades com a falta de material didático, designadamente, quadros escolares, giz, manuais de alfabetização dos módulos I II e III, entre outros meios necessários para o exercício desta empreitada.
Para prevenir a propagação da covid-19, os facilitadores pedem ainda a disponibilização de materiais de biossegurança.
Só na província do Zaire a dívida é avaliada em 130 milhões de kwanzas para os 300 alfabetizadores daquela região.
O dia internacional dos alfabetizadores é comemorado a 8 de Setembro