Aos 24 anos, a luandense Eva Rosa tornou-se um caso de popularidade nas redes sociais, inspirando uma corrente de partilhas de internautas angolanos.
Motivo? Destacou-se como a melhor aluna do mestrado de Finanças e Contabilidade da Universidade de Nottingham Trent, instituição distinguida pela Times Higher Education como a Melhor Universidade de 2017 no Reino Unido.
Entre “Vivas a Angola” e incentivos aos quadros nacionais, nos últimos dias milhares de internautas angolanos comentaram e partilharam o nome de Eva Bumba nas redes sociais, “para que se saiba que o angolano pode vencer em qualquer parte do mundo”.
Apanhada de surpresa com a corrente de homenagens, Eva, a angolana de quem tanto se fala, ainda está a digerir as reacções à sua mais recente conquista académica: a distinção como melhor aluna do curso de mestrado de Finanças e Contabilidade da Universidade de Nottingham Trent.
A quebra de paradigma na área de formação

“É uma grande vantagem as pessoas perceberem que não são apenas os indianos, chineses, ou ingleses que são bons em Contabilidade e Finanças, mas que os angolanos também são”, salienta a luandense, uma semana depois de ter recebido o diploma de mérito.
A distinção prevê ainda o acesso, durante três meses, a uma plataforma de bolsa de valores denominada TradingLive, revela a mestre em Finanças e Contabilidade, formação obtida na Melhor Universidade de 2017 no Reino Unido, segundo a Times Higher Education
que premeia instituições do Ensino Superior.
Melhor do que os cerca de 55 colegas de mestrado na área de Finanças – dos quais aproximadamente 23 fizeram a especialidade de Contabilidade e Finanças -, Eva Rosa tem os indicadores da diferenciação bem estudados.
No encalço da nota para a ribalta acadêmica
O prémio recebido pela melhor performance em toda área de Finanças foi alcançado com uma nota de 81% para o projecto final, e uma média de 82.5% para o ano lectivo.”
Contas feitas, o sentimento é de vitória, assente a luandense de 24 anos. “Sinto-me vitoriosa sim, pois no meio de tantos desafios, consegui ultrapassar e ainda sair como melhor”, diz, confiante no poder transformador de cada um.
“Vencer significa podermos ir atrás dos nossos sonhos e conseguir concretizá-los, independentemente de onde estivermos. Nós angolanos temos a capacidade de conseguir grandes feitos, tal como um indivíduo de qualquer outra nacionalidade. Apenas precisamos acreditar na nossa capacidade”.
Menina de muita fé
Entre a crença individual, a fé em Deus, e a batalha das divisas Para além da crença e motivação individual, Eva destaca a força espiritual da sua trajectória. “Tamanha vitória não seria possível sem a minha fé Num Deus Maravilhoso, e sem a Sua Graça infinita”,
aponta.
Nascida em Luanda a 1 de Junho de 1993, Eva Rosa deixou o país há aproximadamente 10 anos, primeiro para estudar na Namíbia e, mais recentemente, para completar a formação no Reino Unido.
“É uma batalha titânica para os encarregados de educação. Nós reconhecemos o sacrifício que os nossos encarregados fazem, muitas vezes abdicando de coisas fundamentais para as suas vidas e para os nossos irmãos”, diz, lembrando que estudar no exterior não é sinónimo de privilégios.
“A nossa formação fora do país é resultado de alguém ter acreditado em nós, ter dedicado todo o seu esforço na realização dos nossos sonhos. Não importa se vendendo bombó com jinguba para conseguir divisas na rua, ou passando por humilhações para conseguir uns trocados ao câmbio do banco. A verdade é que, mais do que um privilégio, é um grande desafio para os encarregados de educação”, sublinha a mestre em Finanças e Contabilidade, título conquistado com responsabilidades prossionais à mistura.
“Procurei empregos de estudante, para que pudesse ajudar os meus pais com as despesas cá”, conta, explicando que o apelo de outra língua empurrou as suas escolhas para o estrangeiro.
A língua inglesa e sua importância na academia
A certa altura o inglês tornou-se fundamental para expandir os meus conhecimentos, e a opção mais económica na altura era a Namíbia. Mas, infelizmente, nem a Namíbia tinha o nível de formação que existe aqui no sector das nanças, daí a opção de passar para o Reino Unido”.
Apesar da internacionalização do seu percurso, Eva defende que Angola também é uma boa opção. “Temos dirigentes muito competentes que apenas formaram-se em Angola, e muitos têm experiências que fora do país não temos.
Acredito que tudo depende do curso e dos sonhos de cada um”. No seu caso, a paixão pelos números transportou-a para longe, mas sem perder o apego às raízes.
“Penso regressar ao meu país. O país que me viu nascer, viu nascer os meus pais, os meus avós, etc. Mas preciso desenvolver mais o meu intelecto, estou dependente de fazê-lo onde me derem as melhores opções para tal”, revela Eva, por enquanto rme em Terras de Sua
Majestade.
Novo Jornal