A Procuradoria-Geral da República ouviu “demoradamente” o ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Valter Filipe, no âmbito de uma investigação sobre uma alegada fraude contra o Estado angolano, no valor de 500 milhões de dólares.

A informação foi avançada pela Rádio Nacional, que não especificou se Valter Filipe foi ouvido na qualidade de testemunha ou de arguido.
 

Segundo a emissora estatal, citada pela agência Lusa, Valter Filipe foi ouvido “demoradamente” na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), tendo entrado e saído “livremente das instalações da DNIAP, com o propósito de colaborar com as autoridades judiciais”.

 
No âmbito do mesmo processo, estão também arrolados outros funcionários do banco central angolano e entidades públicas, cujos nomes não foram revelados, de acordo ainda com a rádio pública.
 

A notificação do ex-governador do BNA pela PGR está também a ser avançada pela agência de notícias Reuters, que cita uma fonte ligada ao processo.

 
A Reuters adianta que o caso está ligado à investigação iniciada no ano passado pela Agência Nacional Britânica contra o Crime (NCA, na sigla inglesa), na sequência de uma transferência de 500 milhões de dólares do BNA para uma conta no banco Credit Suisse de Londres, Inglaterra.
 
 
A operação, que a agência noticiosa refere ter ocorrido nas últimas semanas da presidência de José Eduardo dos Santos, foi travada pelas autoridades britânicas, que a sinalizaram como suspeita.
 
As desconfianças da NCA levaram mesmo ao envio de uma equipa a Luanda, que, no final do ano passado, manteve vários encontros com governantes angolanos, refere a Reuters.
 
“Confirmamos que a unidade internacional de combate à corrupção da NCA está a investigar um caso de tentativa de fraude contra o Governo angolano”, disse à Reuters fonte da agência contra o crime.
 
O Novo Jornal  está a tentar, desde as primeiras horas da manhã de hoje, ouvir a Procuradoria-Geral da República sobre este assunto, tendo deslocado uma equipa para a instituição, e contactado por telefone, várias vezes, o director do gabinete de comunicação.
 
 
Contudo, não foi ainda possível apanhar o responsável no seu gabinete, nem conseguir que atenda às chamadas.
NJ