O antigo Presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que governou o país entre 2009 e 2014, foi, nesta segunda-feira, condenado a 10 anos e oito meses de prisão, por branqueamento de capitais, segundo a imprensa internacional.
Em causa estão acusações de branqueamento dos fundos que o ex-chefe de Estado utilizou para se tornar acionista da Editora Panamá América, proprietária de diversos diários, incluindo Critica ou Dia a Dia, sublinhou o jornal Estrella de Panamá.
Martinelli, que aspirava a uma nova candidatura presidencial em 2024, fica ainda obrigado a pagar uma multa de 17 milhões de euros. Além do ex-Presidente foram também condenadas outras quatro pessoas, que o tribunal considerou culpadas do envolvimento no esquema de desvio de dinheiro público.
A juíza Baloisa Marquínez concordou com os argumentos da acusação ao sublinhar que Martinelli e outra dezena de acusados se aproveitaram de uma rede de sociedades e de “testas de ferro” para simular negócios com o objectivo de garantir o desvio de dinheiros públicos.
Martinelli, que se tinha convertido no primeiro candidato às presidenciais de maio de 2024 pelo partido Realizando Metas (direita populista), e favorito em algumas sondagens, está confrontado com outro processo por alegados subornos que recebeu da construtora brasileira Odebrecht, envolvida em diversos casos de corrupção por todo o continente latino-americano, escreve a agência Lusa.
Os condenados podem ainda apelar ao Segundo Tribunal de Justiça, e em última instância ao Tribunal de Cassação.
Observador