A actual capacidade da fábrica ainda está longe de reduzir o nível de importação do país, estimada em 90%. Luanda conta desde sábado último, com uma fábrica de leite Pascual, com capacidade instalada de produzir 20 mil litros por hora.
O investimento de cinco milhões de USD é resultado de uma joint-ventures de capital conjunto de 50% cada, com a Refriango, depois de 25 anos na distribuição de iogurte Pascual.Na fase de arranque vai produzir apenas 4% deste total.
Tomás Meléndez, director internacional a Pascual disse na ocasião que o desafio de investir em Angola foi motivado pela estabilidade política do país e por conhecer o mercado há vários anos.
“Angola é um país estável, com um governo suportando o investimento, conhecemos o país há muitos anos e tem um povo jovem”, disse o gestor que informou que toda a matéria-prima será importada, por falta de capacidade interna de fornecimento.
“A matéria-prima é totalmente importada, mas a nossa ideia é começar a desenvolver aqui em Angola. A matéria-prima vem de vários países da Europa e é de muita qualidade”, afirmou Meléndez.
A redução dos preços dos laticínios em Angola constitui dos principais objectivos da empresa, segundo Tomás Meléndez, de modo que as famílias tenham capacidade de compra dos produtos.
“Investimos há 25 anos com iogurte em Angola e temos estado muito satisfeitos com o nosso desenvolvimento e agora somos o líder. Depois disso, conhecemos a Refriango, uma grande companhia com todo o complemento para desenvolver o negócio cá”, justificou o gestor que diz ser líder do mercado, com uma quota acima de 55%.
O director geral da Refriango, Digo Caldas, disse que a inauguração a fábrica de leite Pascual é resultado de um trabalho conjunto de dois anos, para a distribuição do leite UHT (também concedido como Longa Vida) e do leite em pó.
Caldas informou que investimento permitiu a criação de 150 novos postos de emprego, dos quais apenas um é expatriado, com experiencia na área.
Relativamente à aquisição da matéria-prima local, o gestor disse estar previsto no seu plano de negócios que, a médio prazo, o fornecimento de leito fresco seja dos produtores locais, sendo que todo o material de embalamento já é adquirido no país.
País importa 90% dos lacticínios
O ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, que prestigiou o evento, saudou os investidores pela iniciativa, mas disse estar longe a possibilidade de a fábrica ser considerada a solução para a reduzir a importação do leite.
“Ainda não podemos estimar que vai ser a linha que vai gerar a auto-suficiência ao nível da produção de leite. Gostávamos de ter 50 fábricas com esta capacidade. Mas temos de saudar o investimento e parceria entre duas grandes empresas”, disse em declarações aos jornalistas depois da visita guiada às instalações da nova fábrica de leite.
Fernandes considera a entrada da Pascual na produção de leite como sinal positivo do ambiente de negócios e afasta qualquer possibilidade novos incentivos fiscais, para além dos que já existem.
A fábrica de leite Pascual vai agora disputar o mercado com a Lactiangol, que possui uma capacidade instalada de produção de 30 milhões de litros de leite UHT por ano.
Economia do mercado