A fábrica não chegou a montar outros aparelhos, além dos telemóveis analógicos e dos smartphones da marca Afrione Cygnus que foram colocados ao mercado muito timidamente para rentabilizar o investimento. Estratégia comercial está presa por acordos com Ministério da Educação e Forças Armadas.
Quase dois anos depois da inauguração da fábrica de telemóveis AfriOne, na Zona Económica Especial, um investimento do sheikh do Dubai, Ahmed Al Maktoum, a unidade fabril está parada à espera que o Governo cumpra a sua parte do acordo.
Em Outubro de 2020, a inauguração deste investimento pelo Presidente da República foi feita com grande alarido dada a expectativa de atender o mercado local e regional, com a montagem de 100 mil unidades de aparelhos electrónicos portáteis por ano, incluindo telemóveis e tablets.
O projecto ficou “preso” à estratégia de fornecer produtos electrónicos às Forças Armadas Angolanas (FAA) e ao Ministério da Educação, mas até aqui não houve qualquer sinal do Governo para honrar esta pretensão, o que tem condicionado o salto do projecto de 65 milhões USD.
Em Setembro de 2021 a fábrica operava a 25% da sua capacidade, sendo que apenas uma das quatro linhas de produção funcionava, mas hoje segundo fonte ligada ao processo de implementação desta unidade o projecto está em “banho-maria”, por falta de matérias-primas e por não haver ainda contratos com o Ministério da Educação e com as FAA para o fornecimento de tablets e de walkie-talkies, respectivamente.
Por sua vez, o MED reconhece que na altura da implementação do projecto houve “troca de intenção entre as partes”, mas esses acordos foram feitos no final da legislatura passada [2017/2022]. “Por isso, vamos aguardar”, refere a fonte.
O projecto em causa chama-se Xilonga e aguarda sinal verde para a sua implementação. Na prática, é uma espécie de escola digital que vai permitir que os alunos em situação financeira vulnerável e sem acesso à escola possam ter aulas através de tablets ou smartphones, equipamentos que serão distribuídos gratuitamente pelo MED nas localidades onde há falta de estabelecimentos escolares.
Em relação às matérias-primas, a AfriOne diz que está a ser difícil receber componentes electrónicos dos seus principais fornecedores, nomeadamente da China, de Hong Kong, da Malásia e da Índia.
Expansão