O gigante tecnológico Facebook anunciou esta semana que vai alargar o cabo submarino de fibra óptica em Africa com ligações directas a 35 países, incluindo Angola, com vista a aumentar a rapidez da internet no continente.
Segundo a agência de informação financeira Bloomberg, o Facebook está nesta empreitada com a empresa de telecomunicações chinesa China Mobile e o grupo MTN.
A produção dos primeiros segmentos desta infraestrutura subaquática já começou nos Estados Unidos da América, deverá estar concluída em 2024 e vai garantir mais do que toda a capacidade atual de todos os cabos que servem o continente africano.
IMPACTO DO INVESTIMENTO DO FACEBOOK EM ANGOLA
Se para os consumidores a novidade é boa porque vai reduzir os custos nas telecomunicações, o mesmo não se pode dizer para a Angola Cables que construiu e detém o monopólio do acesso internacional em três cabos de fibra óptica submarina.
A empresa detida pelo estado angolano, pode ver comprometida sua participação no mercado considerando os altos preços que pratica, que estão 15 vezes acima da média do mercado internacional.
Apesar dos pesados investimentos feitos pelo estado angolano, com recurso ao dinheiro dos contribuintes, a empresa enfrenta uma crise financeira e problemas com a banca.
A Angola Cable é responsável por 80 por cento do crédito malparado do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA). Até 31 de dezembro de 2020, a empresa devia mais de 148 mil milhões.
As suas demonstrações financeiras têm evidenciado resultados negativos nos últimos exercícios, sendo que, em 30 de junho de 2020, o seu capital próprio era negativo em 47.7 mil milhões e o seu capital social detido maioritariamente pelo Estado angolano.
Desde finais de 2020 que a empresa conta com um novo Presidente do Conselho de Administração.
IMPACTO DO INVESTIMENTO DAS GIGANTES
O investimento significativo pelo Facebook no 2Africa tira partido de outros investimentos que fizemos no continente, incluindo investimentos em infraestruturas na África do Sul, Uganda, Nigéria e na República Democrática do Congo [RDCongo]”, de acordo com um comunicado da empresa, citado pela Bloomberg.
As tecnológicas Facebook e Alphabet, dona do Google, sustentam 80% dos investimentos mais recentes em ligações transatlânticas, procurando aproveitar o crescimento da procura por transferência rápida de dados que é usado em todos o segmentos, desde as consultas médicas até à transmissão de filmes ou troca de mensagens nas redes sociais.
A produção dos primeiros segmentos desta infraestrutura subaquática já começou nos Estados Unidos da América, e vai incluir um cabo com 37 mil quilómetros para ligar África, Europa e o Médio Oriente.
A ligação 2Africa deverá estar operacional em 2024 e vai garantir mais do que toda a capacidade atual de todos os cabos que servem o continente africano, acrescenta-se no comunicado citado pela agência de informação financeira.
Luandapost/CD/Observatório