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Falta de crédito pode agravar recessão económica

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O pouco interesse dos bancos em conceder crédito à economia também contribui para a recessão económica, segundo pesquisa da Economia & Mercado.

A contribuição ‘insignificante’ da banca torna-se prejudicial à economia quando é persistente e num momento em que as condições económicas se degradam. “A falta de crédito pode afectar diversos sectores da economia, causando uma queda na produção, no consumo e no emprego”.

Quando as instituições bancárias estão menos disponíveis para emprestar dinheiro, de acordo com a pesquisa, as empresas e famílias têm mais dificuldades em obter empréstimos para financiar investimentos ou despesas pessoais, o que pode prejudicar o crescimento económico.

“Menos crédito afecta a capacidade de investir, expandir negócios e criar empregos”.

As empresas terão menos recursos para investir em novos projectos e expansão, tal facto “levar a uma diminuição do investimento em infra-estrutura, tecnologia e desenvolvimento de novos produtos, afectando o crescimento económico no longo prazo.

Segundo ainda a pesquisa da E&M, o pouco apoio da banca à economia contribui também para a desaceleração do consumo.

“Com menos acesso ao crédito, os consumidores podem se sentir menos confiantes em gastar dinheiro, o que pode levar a uma redução das despesas de consumo. As empresas podem reduzir a produção, diminuindo assim a procura de mão-de-obra, o que afecta a criação de emprego”.

O sector imobiliário, como ilustra a pesquisa, é dos mais prejudicados. “A falta de crédito desacelera o mercado imobiliário, dificultando a compra de novas propriedades e o financiamento de projectos de construção. Isso causa uma diminuição nos preços das casas e uma redução na actividade, afectando a economia como um todo”.

Quanto a Angola, no primeiro trimestre de 2023, os quatro maiores bancos do sistema (BAI, BFA, BIC e ATLANTICO) juntos concederam crédito no valor de pelo menos 1,9 biliões de Kwanzas, o que representa um crescimento de aproximadamente 19%, face ao mesmo período do ano passado.

O rácio de transformação de depósito em crédito, no período em análise, foi de quase 27%, quando o ideal é, no mínimo, 40%.  

Os indicadores do primeiro trimestre de 2023 ilustram que o cômputo da carteira de crédito (1,9 biliões Kz) representa quase 20% do activo global, ao passo que o volume global do investimento em títulos e valores mobiliários (dívida pública) aproximadamente 38%.

E & M

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