O homem que dinamizou a banca privada em Angola com a abertura de 2 bancos em menos de uma dêcada está a fastar-se da liderança de projectos no sector. Fernando Teles, de 77 anos de idade, já não é o Presidente do Conselho de Administração e da Comissão Executiva do Banco Internacional de Crédito (BIC), postos em que é substituído por Fernando Duarte e o seu próprio filho, Hugo Teles.

Fernando Teles, segundo  o Jornal de Angola, abandona as posições que ocupava no BIC (desde a fundação do banco em 2005) 14 anos depois, no quadro de um processo agora submetido ao Banco Nacional de Angola (BNA) para obtenção da comprovação da idoneidade dos que entram para cargos de liderança.

Fontes daquele diário, disseram que Fernando Teles mantém-se como administrador executivo do banco e que o seu afastamento da liderança ocorria desde Novembro, quando Hugo Teles passou a ocupar o posto de presidente da Comissão Executiva.

Mais recente, a ascensão de Fernando Duarte de administrador a presidente do Conselho de Administração pôs fim à liderança de quase década e meia de um dos mais emblemáticos fundadores do BIC (ao lado de Isabel dos Santos), o que informadores deste jornal declararam ter ocorrido de forma pacífica, com o fim único de vitalizar a actividade do banco.

A decisão de Fernando Teles, de 77 anos de idade, era a de se afastar inteiramente da actividade bancária, mas a sua permanência como administrador executivo foi decidida por considerações relacionadas com o “momento delicado” da economia do país.

Fernando Teles partilha o Conselho de Administração e a Comissão Executiva do BIC com 16 outros gestores, entre os quais despontam a empresária Isabel dos Santos e o ex-governador do Banco Nacional de Angola Amadeu Maurício, que se mantêm como administradores não executivos no quadros das deliberações aprovadas.

Antes de fundar o BIC, Fernando Teles permaneceu 11 anos como director do escritório de representação do Banco de Fomento Exterior, que deu lugar ao Banco de Fomento Angola, uma operação do português BPI depois dispersa por accionistas nacionais no quadro de um processo de redução ao mercado nacional decidido pelos reguladores europeus do BCE.

Em 2017, depois da compra das participações dos accionista Américo Amorim e António Ruas, Teles e Isabel dos Santos partilhavam em 37,5 e 42,5%, sendo a posição do primeiro somada a 5,0% detidos por outros administradores.

JA/CD