A Mitfokus, fundada por Júlia Lázaro, conta com 1.200 médicos em sua base de clientes; startup acaba de passar no programa de aceleração do Eretz.bio, programa do Hospital Albert Einstein.
Formada em administração pela Unesp, a paulista Júlia Lázaro passou anos a trabalhar na área financeira de grandes empresas antes de pensar em empreender. A vontade surgiu por dois motivos: mãe de duas crianças, ela buscava mais flexibilidade; e também observava as dificuldades do marido, que é médico, com questões tributárias.
Em 2017, tirou do papel a Mitfokus, uma fintech que cuida dos impostos de médicos e empresas do segmento de saúde. No ano passado, contabilizou 1.200 médicos na base e um facturamento de R$ 3,4 milhões.
Lázaro conta que a experiência pessoal foi providencial para fundar a empresa. Ela, que via um “exército” de funcionários a trabalhar na área fiscal e tributária de grandes empresas, notou que seu marido – e a classe médica – tinham muitas dificuldades nessa questão.
“Com a complexidade do sistema tributário desse país, seria preciso aprender orientação financeira na faculdade de medicina”, diz a empresária.
Com isso, decidiu lançar a fintech, uma consultoria com soluções digitais de assessoria financeira para médicos, clínicas e empresas do segmento de saúde.
“É uma classe que ganha bem, mas não percebe que está a perder dinheiro com tributação, porque não entende. Aí entra a Mitfokus”, diz. A startup oferece soluções que vão de contabilidade online até planeamento tributário para clientes de todo o país.
Para formular essas soluções, Lázaro reuniu um time de contadores especializados na área médica e desenvolvedores com foco no mercado financeiro. “Decidimos focar no mercado de nicho.” No começo, a empreendedora diz que encontrou muita resistência. “O médico não entendia que precisava de alguém especializado.”
Ela conta que, em determinados casos, profissionais que pagavam R$ 30 mil de tributos no trimestre conseguiam diminuir esse valor para R$ 15 mil. “Eles achavam ilegal”, afirma.
A saída foi “o trabalho de formiguinha”, por criar credibilidade no mercado e muitas vezes trazendo os clientes para falar com possíveis novos contratantes.
“O médico gosta muito de ouvir o próprio médico”, diz Lázaro.