A moeda nacional desvalorizou 40% no primeiro semestre, a expectativa da consultora é que até Dezembro desvalorize mais 16%.
A Fitch estima que o kwanza alcance uma baixa histórica face ao dólar americano ao desvalorizar mais 16,8% da taxa à vista de AOA 830/USD para AOA 1000/USD, até o final de 2023. A moeda enfraqueceu 39,5% em Junho por decisão das autoridades nacionais, segundo a consultora.
“Embora as autoridades angolanas não tenham comentado publicamente sobre a sua recente mudança de política, acreditamos que três fatores-chave provocaram o enfraquecimento da moeda”, consideram os analistas da Fitch.
O primeiro factor é o fim da moratória da dívida de três anos de Angola da China Continental, reduzindo a pressão sobre as reservas de divisas estrangeiras, uma vez que Angola foi forçada a reiniciar o pagamento da dívida.
“De facto, os últimos dados disponíveis do FMI mostram que as reservas em moeda estrangeira diminuíram em 10,0% aa, em Maio, e acreditamos que a impressão das reservas de Junho terá mostrado um equilíbrio”.
Em segundo lugar, as receitas de petróleo caíram nos últimos meses como resultado da queda dos preços globais do petróleo e da redução da produção doméstica de petróleo.
Em terceiro lugar, a taxa básica de juros do Banco Nacional de Angola (BNA) a 17,00% torna os activos angolanos um pouco menos atractivos.
“No curto prazo, prevemos que esses fatores contribuam para que a depreciação do kwanza persista” alertam.
Estabilização cambial
Em 2024, a Fitch prevê que o kwanza se estabilize devido a uma ligeira subida do preço global do petróleo e a uma taxa mais lenta de declínio da produção.
“Prevemos que o kwanza estabilize, terminando em AOA1010/USD no final de 2024. De facto, a nossa equipa de Petróleo e Gás prevê que os preços do Brent subam 3,8%, para uma média de USD 83,0/bbl, enquanto a produção de crude de Angola caia, a um ritmo mais lento, 1,7%. Ao todo, em 2024, o valor das exportações líquidas de petróleo aumentará 3,7%”, indicam.
E & M